terça-feira, outubro 23

Enjoy your worries

Vamos a um resumo?

Última entrada: 7 de Abril de 2012.
 
E como está a minha vida desde o mês 4?

Na mesma como a lesma, mas eu deixo que sejam os Juízes:

A Menina M, que vê o copo meio vazio, descreve:
  • não estou feliz onde trabalho. Já se atrasaram com o ordenado e fiquei com o coração nas mãos. Agora o futuro do Grupo tem um gigante ponto de interrogação e, consequentemente, o meu e de todos os meus colegas.
  • continuo a enviar currículos para Portugal, Espanha, Uk e Irlanda e nada. Nenhuma entrevista. Nenhum interesse pela minha pessoa.
  • a vida de 2 das minhas queridas amigas levou-as a viver a 300 kms de distância de mim.
  • o meu dia-a-dia é literalmente, casa-trabalho-casa.
  • mensagens, flirts, encontros, beijos e contatos mais quentes deixaram de existir desde que o ano começou e não faço ideia o que originou. Involuntariamente vejo que me encontro em abstinência total.
  • vou fazer 29 anos para a semana e ainda moro com a Mãe.
  • em Junho, eu e a minha progenitora tivemos uma discussão de bradar aos céus e ficamos 4 meses sem nos falar e a evitarmo-nos em casa.
  • as rugas que pensava não ter tornaram-se visíveis, especialmente as da testa, nos cantos exteriores dos olhos e as linhas, que vão do nariz até à boca, estão mais vincadas.
  • o meu Ipod de estimação suicidou-se: pu-lo a carregar como sempre fiz durante ANOS e quando o fui retirar, estava completamente queimado.
  • andava tão stressada com a situação da empresa e com a incerteza do meu posto de trabalho que perdi o apetite e emagreci tanto que, em vez de usar o normal 36, só as calças 34 é que serviam. Conclusão: fiquei sem roupa para vestir.
  • o meu hipermercado favorito, aquele que para mim era perfeito por muitos motivos e mais alguns, deixou de existir. E pensar que até preferia fazer mais kms só para fazer as compras do mês lá.
  • calcular muito bem como vou gastar cada euro. Planear como, quanto e o que posso comprar naquele mês não vá a minha entidade patronal decidir "suspender" o meu ordenado. Tenho que fazer orçamentos mensais. Sinto que não sou dona do meu dinheiro. Ele é que é dono de mim.
  • O meu carro, pela 1ª vez na vida, deixou-me apeada. Sai de casa, fiz 30 kms, parei para tomar café e a bateria falhou-me. Só voltou a ligar de empurrão e depois de eu arrotar 80€ numa bateria nova.
  • chego a casa, depois do trabalho e a TV resolve não ligar. Mexi cabos, desliguei; voltei a ligar e nada. Desistiu de me fazer companhia e foi para o cemitério Worten.
A Menina M, que vê o copo meio cheio revela:
  • acabei de pagar o meu carro, por isso o dinheiro no final do mês é só para mim (AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH! - riso maléfico). Quer dizer, é a maior parte, porque ajudo em casa. Se não pagasse renda e nem sequer ajudasse com as despesas, a minha consciência jamais me deixaria em paz.
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  • num sorteio entre colegas de trabalho, o meu nome foi um dos vencedores para ir ao Zoomarine e fazer uma interação gratuita com os golfinhos! B.R.U.T.A.L. Mais do que vê-los, fui tocá-los e interagir com eles. Um dia inesquecível.
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  • fui ao dentista e pedi uma análise completa. Conclusão: arranquei todos os dentinhos do ciso que me estavam a entortar os da frente, arranjei os furtinhos que a Dra encontrou em 2 molares e fiz uma limpeza. Agora? Revisão só lá para Janeiro 2013.
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  • consegui uma promoção bem boa na Roady (o centro Auto do Intermarché), onde comprei um rádio para o carro a 79.90€. E por esta módica quantia tive direito a montagem, aparelho bombástico com um som ótimo, caixinha para guardá-lo (é daqueles que dá para retirar do tablier para evitar que me partam o vidro e mo roubem) e ainda uma pen de 4GB para guardar a minha música toda. Bye bye mil cds riscados e espalhados no carro.
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  •  a falta de vida social serviu para poder fazer o que já devia ter começado há muito tempo: uma poupança. Nestes 6 meses orgulho-me de já ter um valor jeitoso. Para além de representar uma conquista pessoal (Eu? A poupar? Nunca! Dinheiro na carteira dá alergia!), transformou-se num pé de meia seguro para qualquer tempestade que se possa aproximar e o trampolim para abraçar o atual projeto da minha vida: viver e trabalhar no estrangeiro.
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  • rendi-me às novas tecnologias e sou dona de um Smartphone. Ah pois é. Chama-se Samsung Galaxy Mini. Adeus Mundo das teclas e Olá aplicações e ecrã tátil. Os meus dedos agora são bailarinos, patinadores oficiais num ecran que, de mini, não tem nada.
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  • a minha nuvem mágica, a minha família e a sra minha pessoa estão bem de saúde.
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  • eu e a Mãe fizemos as pazes.
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  • um dos meus amigos de universidade fez-me o gosto e planeou um dia perfeito pelo Triângulo Dourado numa CBR 600. Sempre adorei motas de pista mas nunca tinha andado numa. Apesar de estar cheia de medo, não minto, foi um dia inolvidável.
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  • nasceu a primeira filha da minha grande amiga e colega de casa dos meus tempos de universidade. A "Lita" não chora, ri muito (pelo menos enquanto a Tia foi visitá-la) e é simplesmente uma bebé irresistivel.
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  • estou empregada e minha entidade patronal, atualmente, tem cumprido com os compromissos financeiros que assumiu com os funcionários. Felizmente faço algo que adoro, que me completa e que eu sei que é a minha vocação.
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  • Não tenho tido companhia masculina nestes meses, se é que me faço entender. Mas tenho o tempo só para mim e para o que eu quero fazer, não devo satisfações e ninguém me chateia. Faço o que quero, com quem quero e o que me apetece (parece a música da outra, à exceção que eu não durmo com ninguém desde Janeiro 2012). Sem stresses.
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  • sinto o meu cabelo mais domesticado, suave e maleável. Nunca pensei que fosse capaz. Apesar das inumeras tentativas ao longo destes 28 anos, resultado sempre ficou aquém. Sempre pensei que seria impossivel dominar esta juba de leão. Mas agora sinto que estou no caminho certo. Além do mais, adoro a cor que escolhi para o pintar: castanho avelã. Combina com a cor dos meus olhos, da minha tez e parece que ainda me dá uns reflexos. O cabelo podia era crescer mais depressa...
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  • ter aprendido a "entregar pra Deus". Ou seja, por mais que se queira, há muita coisa na nossa vida que não conseguimos controlar. Por mais que eu faça tudo da maneira certa, como deve ser, não adianta mutilar-me com ansiedades, medos, "ses" e tentar prever o futuro. Aprendi que, quando já estás a fazer tudo ao teu alcance, abordando todas as frentes do probelma e mesmo assim nada acontece, então só resta aceitar o futuro e entregar nas mãos de Deus, do Universo, da Energia, da Vida, como queiram chamar. Continuar a fazer o que acredito sem me preocupar com o que vier. Quer seja Bom ou Mau, eu sei que balanço, mas não caio.