sábado, dezembro 31

Só tenho a escrever que

esta foi a gota de água.
Já me senti farta, não valorizada e descontente no meu local de trabalho, mas hoje chega.
Nem preciso usar letras maiúsculas para mostrar raiva e fúria.
Nem vou usar palavrões. Já estou noutra fase.
Tenho sentido tristeza há já algum tempo, mas hoje apercebi-me que o meu esforço e o meu desempenho jamais serão reconhecidos. Nem com uma mísera palmada nas costas.
Felizmente adoro o que faço e sou uma excelente profissional, sem modéstias e com orgulho.
"Ficar até mais tarde? Com certeza.
Vir trabalhar a folga? Com certeza.
Mudar folgas? Com certeza.
Tapar buracos? Com certeza.
Ir para departamentos que não conheço e fingir que sei o que estou a falar? Com certeza."

Até hoje.
Não aconteceu nada de diferente. Não foi nada de extraodinário, mas é sempre assim com a gota que transborda o copo. Não é o pingo em si, mas sim a reunião de toda a água existente que pesa. Não é individual. É coletivo.
Nunca fui e não sou uma pessoa "'tou-me a cagar". Tenho colegas que são, amigos também. Talvez eles é que estão bem. Não se apoquetam nem têm chatices.
Mas eu não sou e sou fiel a mim própria. Quando abraço um projeto, interesso-me, cuido, trato, preocupo-me. Contudo, não posso mais continuar nesta relação unilateral.
Nenhum Amor sobrevive apenas com um a dar.
Não é isto que quero, não é o que pretendo, mas hoje a separação tornou-se inevitável.
Recuso-me a ficar num lugar onde não me sinto querida e valorizada. Onde sinto que sou massa para tapar fendas de departamentos que estão a funcionar com uma equipa fantástica, todavia demasiado pequena para assegurar a satisfação dos seus colaboradores.
Eu tenho direitos e excedi todos os meus deveres.

Felizmente, continuo apaixonada pelo que faço e os hóspedes foram e são o motor que me faz ser mais e melhor. Que me fazem sorrir. Que reconhecem o meu profissionalismo. 
Mas este deixou de ser o meu lar laboral.
M

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