quarta-feira, janeiro 11

Posso escrever sobre os Saldos? Posso? Posso?

Eu, Menina M, sem orgulho e sem modéstia, com a mão esquerda levantada e a mão direita sob os talões,  afirmo que não consegui resistir e torrei um dinheirão!

A verdade é que, para consumista de,  pelo menos 4 peças por mês, iniciei uma contenção financeira rígida em Setembro.
A minha conta deu-me um raspanete do consumo exacerbado que tive durante o Verão e disse-me que tinha que cortar com tudo.  O mês do ataque às Torres Gémeas trouxe o fim das noitadas, dos jantares fora e da roupa bonita com o intuito de tapar o buraco que a minha irresponsabilidade económica deixou (é bem feita e eu tenho que arca com as consequências dos meus atos).
Por mais triste e frustrada que tivesse ficado, por mais unhas roídas, por mais gritos bradados aos Céus, o que tem que ser tem muita força e tenho sido uma poupada exemplar. Até no meu aniversário, só comprei umas sabrinas para estrear e olhe lá!

Mas o Universo tem destas coisas e o primeiro dia de 2012 trouxe com ele o ordenado e o  (tão esperado, atrasado e especulado) subsídio de Natal, engordando a minha estimada e anorética conta.

Depois de tanto tempo sem comprar nada, não deve fazer mal dar uma olhadela às lojas. Ainda por cima estamos na época de saldos... Pois se pensei, fi-lo!

Mal entrei no Shopping, a Blanco com TUDO (menos os tais artigos de continuidade - sacanas!) a metade do preço, chamou logo por mim. Ainda hesitei, confesso. Fiquei a olhar para a montra desconfiada, mas ambos sabiamos que não conseguiria resistir.

A Menina está em casa! - disse para comigo, com um sorriso de orelha a orelha e os olhos brilhantes. E estava mesmo. Primeiro porque adoro a linha e o corte da Blanco. Assenta tudo super bem, os materiais são de qualidade, as peças têm bom gosto e se há marca com que me identifico, é com esta. Segundo, porque tendo em conta a afluência e as filas nos provadores, a loja estava arrumada e organizada. Impecável! Ter que andar à pesca de roupa num mar de desarrumação em que não se percebe nada, desmotiva-me por completo. Na feira/mercado, tudo bem, já sei para o que vou, mas numa loja, acho desmazelo.

Pois que me apaixonei não sei quantas vezes e das 11 peças que levei para experimentar, a primeira frase que disse em frente ao espelho, dentro do provador foi Anjo da Guarda, por favor faz com que nem tudo me fiquem bem.
Ele fez ouvidos moucos e deixou-me cair em tentação.

Em suma:
Encontrei as calças perfeitas para ir a entrevistas de trabalho em tons cinzentos, cintura subida e corte direito. Assentam-me como uma luva!
Preço: 26 13€

A camisa verde esmeralda semi transparente, de corte excelente e laço (ou não) ao pescoço veio comigo. Salienta a cor dos meus olhos.
Preço: 23€ 11.50€

Não consegui largar uma blusa branca quase acetinada com colarinho e costura atrás em preto, de botões dourados, a terminar em abas de grilo. Um must!
Preço: 23€ 11.50€

Escolhi o vestido para a Passagem de Ano, só com uma manga, muito colante, em curvas pretas e magenta. Era o único da espécie e consegui enfiar-me num XS elastano e ficar fantástica! [já não encontrei a imagem no site]
Preço: 23€ 11.50€

O casaco pela cintura de malha azul com fios discretos em dourado e prateado (lindo! lindo! lindo!) que se colou à minha pessoa e só descansou quando o trouxe também faz parte do rol [já não encontrei a imagem no site]
Preço: 30 15€
[neste vou fazer alterações. Puseram colchetes de saia para apertar à frente mas não são funcionais. Prendem na malha do casaco. Vou retirá-los e colocar molas em preto. Assim, sim, ficará Perfeito.]
  
Mas não pensem que esta foi uma situação fácil, não... Das 11 peças, só as mencionadas estão a viver comigo e não é exagero quando escrevo que o meu coração partiu-se quando tive que escolher quais levar.

Saí da loja a flutuar quando a Primark piscou-me o olho e eu, (fácil, fácil) fui em sua direção.
Se esta loja tem uma boa relação qualidade-preço durante o ano, nos saldos devem pagar-nos para levar as peças!
Afinal não. Não vi muita coisa em promoção, a maior parte dos produtos estava a preço normal. Compreendo que, devido aos valores de venda ao público serem já baixos, a margem para os reduzir ainda mais é muito pouca.
Contudo, o que me cativa nos saldos são as oportunidades de negócio que faço e na Primark não senti dado que estava tudo como antes.
Malas a 11€ (preço orginal) e que em época de promoções estão a 11€, não me convenceram.
Mesmo assim, trouxe um lenço multifuncional com muitas cores (1€)  e um gorro em branco com detalhes dourados (2€).

Ainda dei uma volta pela Berska e pela Stradivarius, mas  estavam tão cheias, com roupa amontoada por tudo quanto era canto que o feitiço desapareceu.

Ainda bem. Avancei para  as escadas rolantes a passo apressado para que a Claires não me visse assim como a Parfois.
Cheguei ao carro sã e salva, com menos dinheiro na conta (é verdade) mas a sentir-me glamourosa com os sacos que trouxe e ansiosa por conjugá-los com os precious do meu armário.
Mission Accomplished!
M

Eu Acredito

"Pelo que vale, nunca é tarde demais... (ou no meu caso), cedo demais, para que sejas o que queres ser.
Não há limite de tempo. Podes começar quando quiseres.
Podes mudar ou ficar na mesma. Não há regras para isso.
Podes escolher o melhor ou o pior da vida.
Eu espero que escolhas o melhor.
Espero que vejas coisas que te surpreendam.
Espero que sintas coisas que nunca sentiste antes.
Espero que conheças pessoas com diferentes pontos de vista.
Espero que vivas uma vida que te orgulhes.

E, se achas que não és capaz, espero que tenhas a força...
...para começar de novo. "

in O estranho caso de Benjamim Button
M

terça-feira, janeiro 10

A Vida é mesmo assim

Pois se há 1 mês o meu dia-a-dia era do mais monótono e normalzinho possível, eis que o final de Dezembro veio dissipar o meu semblante de limito-me a estar e a minha atitude deixar-os-dias-correrem-por-mim.

Olho para trás e, apesar de não reconhecer a pessoa que vivia em mim, tenho a certeza que esses dias foram essenciais para que pudesse alinhar-me comigo mesma.
Creio que esses momentos (cíclicos) de puro egocentrismo e de concentração de mim em mim são a razão da minha lucidez, do meu equilibrio.
Ao refletir sobre quem fui e quem sou, reconheço que funciono como as marés dos mares e oceanos, como as fases da Lua hipnotizante.
Neste caminho de auto-descoberta que decidi iniciar, tendo em compreender todos os meus altos e baixos e aceito-me: ora cheia, luminosa, grande, forte e imponente; ora misteriosa, escondida, pequena, fugidia e oculta.

Estou (e sinto-me) a aprender que Eu Sou todos estes adjetivos e mais.
Sou o Ying e o Yang.
Sou o choro e o riso.
Sou a abundância e a falta. 
E não faz mal.

Todos nós queremos ser o Mais, o Melhor, o Sucesso, a Vitória, a Riqueza e não consentimos os seus antónimos. Tendemos a recusá-los, mas a verdade é que também o feio e o penoso fazem parte do todo. Podemos fingir que não existem, podemos ignorá-los, podemos queixar-nos aos sete ventos... Ou abraçar estes elementos errantes como parte do percurso. 

Como defende a minha Oprah: "não há coincidências. Apenas ordem divina."
E eu quero acreditar que todos os obstáculos que se erguem perante mim têm como objetivo fortalecer o meu caráter, tonificar a minha personalidade.
Uma oportunidade para me conhecer mais e melhor, porque, olhando em retrospetiva, foi esse o resultado dos desafios que ultrapassei. 
M