terça-feira, outubro 23

Enjoy your worries

Vamos a um resumo?

Última entrada: 7 de Abril de 2012.
 
E como está a minha vida desde o mês 4?

Na mesma como a lesma, mas eu deixo que sejam os Juízes:

A Menina M, que vê o copo meio vazio, descreve:
  • não estou feliz onde trabalho. Já se atrasaram com o ordenado e fiquei com o coração nas mãos. Agora o futuro do Grupo tem um gigante ponto de interrogação e, consequentemente, o meu e de todos os meus colegas.
  • continuo a enviar currículos para Portugal, Espanha, Uk e Irlanda e nada. Nenhuma entrevista. Nenhum interesse pela minha pessoa.
  • a vida de 2 das minhas queridas amigas levou-as a viver a 300 kms de distância de mim.
  • o meu dia-a-dia é literalmente, casa-trabalho-casa.
  • mensagens, flirts, encontros, beijos e contatos mais quentes deixaram de existir desde que o ano começou e não faço ideia o que originou. Involuntariamente vejo que me encontro em abstinência total.
  • vou fazer 29 anos para a semana e ainda moro com a Mãe.
  • em Junho, eu e a minha progenitora tivemos uma discussão de bradar aos céus e ficamos 4 meses sem nos falar e a evitarmo-nos em casa.
  • as rugas que pensava não ter tornaram-se visíveis, especialmente as da testa, nos cantos exteriores dos olhos e as linhas, que vão do nariz até à boca, estão mais vincadas.
  • o meu Ipod de estimação suicidou-se: pu-lo a carregar como sempre fiz durante ANOS e quando o fui retirar, estava completamente queimado.
  • andava tão stressada com a situação da empresa e com a incerteza do meu posto de trabalho que perdi o apetite e emagreci tanto que, em vez de usar o normal 36, só as calças 34 é que serviam. Conclusão: fiquei sem roupa para vestir.
  • o meu hipermercado favorito, aquele que para mim era perfeito por muitos motivos e mais alguns, deixou de existir. E pensar que até preferia fazer mais kms só para fazer as compras do mês lá.
  • calcular muito bem como vou gastar cada euro. Planear como, quanto e o que posso comprar naquele mês não vá a minha entidade patronal decidir "suspender" o meu ordenado. Tenho que fazer orçamentos mensais. Sinto que não sou dona do meu dinheiro. Ele é que é dono de mim.
  • O meu carro, pela 1ª vez na vida, deixou-me apeada. Sai de casa, fiz 30 kms, parei para tomar café e a bateria falhou-me. Só voltou a ligar de empurrão e depois de eu arrotar 80€ numa bateria nova.
  • chego a casa, depois do trabalho e a TV resolve não ligar. Mexi cabos, desliguei; voltei a ligar e nada. Desistiu de me fazer companhia e foi para o cemitério Worten.
A Menina M, que vê o copo meio cheio revela:
  • acabei de pagar o meu carro, por isso o dinheiro no final do mês é só para mim (AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH! - riso maléfico). Quer dizer, é a maior parte, porque ajudo em casa. Se não pagasse renda e nem sequer ajudasse com as despesas, a minha consciência jamais me deixaria em paz.
  •  
  • num sorteio entre colegas de trabalho, o meu nome foi um dos vencedores para ir ao Zoomarine e fazer uma interação gratuita com os golfinhos! B.R.U.T.A.L. Mais do que vê-los, fui tocá-los e interagir com eles. Um dia inesquecível.
  •  
  • fui ao dentista e pedi uma análise completa. Conclusão: arranquei todos os dentinhos do ciso que me estavam a entortar os da frente, arranjei os furtinhos que a Dra encontrou em 2 molares e fiz uma limpeza. Agora? Revisão só lá para Janeiro 2013.
  •  
  • consegui uma promoção bem boa na Roady (o centro Auto do Intermarché), onde comprei um rádio para o carro a 79.90€. E por esta módica quantia tive direito a montagem, aparelho bombástico com um som ótimo, caixinha para guardá-lo (é daqueles que dá para retirar do tablier para evitar que me partam o vidro e mo roubem) e ainda uma pen de 4GB para guardar a minha música toda. Bye bye mil cds riscados e espalhados no carro.
  •  
  •  a falta de vida social serviu para poder fazer o que já devia ter começado há muito tempo: uma poupança. Nestes 6 meses orgulho-me de já ter um valor jeitoso. Para além de representar uma conquista pessoal (Eu? A poupar? Nunca! Dinheiro na carteira dá alergia!), transformou-se num pé de meia seguro para qualquer tempestade que se possa aproximar e o trampolim para abraçar o atual projeto da minha vida: viver e trabalhar no estrangeiro.
  •  
  • rendi-me às novas tecnologias e sou dona de um Smartphone. Ah pois é. Chama-se Samsung Galaxy Mini. Adeus Mundo das teclas e Olá aplicações e ecrã tátil. Os meus dedos agora são bailarinos, patinadores oficiais num ecran que, de mini, não tem nada.
  •  
  • a minha nuvem mágica, a minha família e a sra minha pessoa estão bem de saúde.
  •  
  • eu e a Mãe fizemos as pazes.
  •  
  • um dos meus amigos de universidade fez-me o gosto e planeou um dia perfeito pelo Triângulo Dourado numa CBR 600. Sempre adorei motas de pista mas nunca tinha andado numa. Apesar de estar cheia de medo, não minto, foi um dia inolvidável.
  •  
  • nasceu a primeira filha da minha grande amiga e colega de casa dos meus tempos de universidade. A "Lita" não chora, ri muito (pelo menos enquanto a Tia foi visitá-la) e é simplesmente uma bebé irresistivel.
  •  
  • estou empregada e minha entidade patronal, atualmente, tem cumprido com os compromissos financeiros que assumiu com os funcionários. Felizmente faço algo que adoro, que me completa e que eu sei que é a minha vocação.
  •  
  • Não tenho tido companhia masculina nestes meses, se é que me faço entender. Mas tenho o tempo só para mim e para o que eu quero fazer, não devo satisfações e ninguém me chateia. Faço o que quero, com quem quero e o que me apetece (parece a música da outra, à exceção que eu não durmo com ninguém desde Janeiro 2012). Sem stresses.
  •  
  • sinto o meu cabelo mais domesticado, suave e maleável. Nunca pensei que fosse capaz. Apesar das inumeras tentativas ao longo destes 28 anos, resultado sempre ficou aquém. Sempre pensei que seria impossivel dominar esta juba de leão. Mas agora sinto que estou no caminho certo. Além do mais, adoro a cor que escolhi para o pintar: castanho avelã. Combina com a cor dos meus olhos, da minha tez e parece que ainda me dá uns reflexos. O cabelo podia era crescer mais depressa...
  •  
  • ter aprendido a "entregar pra Deus". Ou seja, por mais que se queira, há muita coisa na nossa vida que não conseguimos controlar. Por mais que eu faça tudo da maneira certa, como deve ser, não adianta mutilar-me com ansiedades, medos, "ses" e tentar prever o futuro. Aprendi que, quando já estás a fazer tudo ao teu alcance, abordando todas as frentes do probelma e mesmo assim nada acontece, então só resta aceitar o futuro e entregar nas mãos de Deus, do Universo, da Energia, da Vida, como queiram chamar. Continuar a fazer o que acredito sem me preocupar com o que vier. Quer seja Bom ou Mau, eu sei que balanço, mas não caio.
 

sábado, abril 7

Porque Eu Mereço

Inspiro... E a minha Imaginação torna-se a Realizadora de curta-metragens impróprias para menores de 18.
MA
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Coleção 2026

Aqui.
A mudança está relacionada com o ritmo cardiaco. Não sei se é relevante, mas as Mulheres, futuras clientes deste produto, têm um ritmo de 60 a 100 batidas por segundo. O nosso coração não bate apenas quado estamos excitadas!! Helllllooooooo?!?!?
A ideia merece o meu aplauso, mas a campanha de Marketing está-se a esticar...

PS: O preto é o meu preferido.
MA

sexta-feira, abril 6

Breathing

MA

Mas

Não sei para onde vou.
Não sei o que quero.
Não sei o que vou fazer.
Mas...

Eu sei que consigo.
Eu sei que mereço.
Eu sei que sou capaz.
Mas...

Sinto-me naquela fase do meio do tunel, em que está tudo escuro como breu. Numa névoa de escuridão que bloqueia qualquer feixe de luz.

Desejo que este subterraneo seja curto, pequeníssimo e me deixe viver no Dia.
MA

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Beatriz

Encontrei-a no baú internético.
Acalma-me como o pôr do sol.
MA

quarta-feira, janeiro 11

Posso escrever sobre os Saldos? Posso? Posso?

Eu, Menina M, sem orgulho e sem modéstia, com a mão esquerda levantada e a mão direita sob os talões,  afirmo que não consegui resistir e torrei um dinheirão!

A verdade é que, para consumista de,  pelo menos 4 peças por mês, iniciei uma contenção financeira rígida em Setembro.
A minha conta deu-me um raspanete do consumo exacerbado que tive durante o Verão e disse-me que tinha que cortar com tudo.  O mês do ataque às Torres Gémeas trouxe o fim das noitadas, dos jantares fora e da roupa bonita com o intuito de tapar o buraco que a minha irresponsabilidade económica deixou (é bem feita e eu tenho que arca com as consequências dos meus atos).
Por mais triste e frustrada que tivesse ficado, por mais unhas roídas, por mais gritos bradados aos Céus, o que tem que ser tem muita força e tenho sido uma poupada exemplar. Até no meu aniversário, só comprei umas sabrinas para estrear e olhe lá!

Mas o Universo tem destas coisas e o primeiro dia de 2012 trouxe com ele o ordenado e o  (tão esperado, atrasado e especulado) subsídio de Natal, engordando a minha estimada e anorética conta.

Depois de tanto tempo sem comprar nada, não deve fazer mal dar uma olhadela às lojas. Ainda por cima estamos na época de saldos... Pois se pensei, fi-lo!

Mal entrei no Shopping, a Blanco com TUDO (menos os tais artigos de continuidade - sacanas!) a metade do preço, chamou logo por mim. Ainda hesitei, confesso. Fiquei a olhar para a montra desconfiada, mas ambos sabiamos que não conseguiria resistir.

A Menina está em casa! - disse para comigo, com um sorriso de orelha a orelha e os olhos brilhantes. E estava mesmo. Primeiro porque adoro a linha e o corte da Blanco. Assenta tudo super bem, os materiais são de qualidade, as peças têm bom gosto e se há marca com que me identifico, é com esta. Segundo, porque tendo em conta a afluência e as filas nos provadores, a loja estava arrumada e organizada. Impecável! Ter que andar à pesca de roupa num mar de desarrumação em que não se percebe nada, desmotiva-me por completo. Na feira/mercado, tudo bem, já sei para o que vou, mas numa loja, acho desmazelo.

Pois que me apaixonei não sei quantas vezes e das 11 peças que levei para experimentar, a primeira frase que disse em frente ao espelho, dentro do provador foi Anjo da Guarda, por favor faz com que nem tudo me fiquem bem.
Ele fez ouvidos moucos e deixou-me cair em tentação.

Em suma:
Encontrei as calças perfeitas para ir a entrevistas de trabalho em tons cinzentos, cintura subida e corte direito. Assentam-me como uma luva!
Preço: 26 13€

A camisa verde esmeralda semi transparente, de corte excelente e laço (ou não) ao pescoço veio comigo. Salienta a cor dos meus olhos.
Preço: 23€ 11.50€

Não consegui largar uma blusa branca quase acetinada com colarinho e costura atrás em preto, de botões dourados, a terminar em abas de grilo. Um must!
Preço: 23€ 11.50€

Escolhi o vestido para a Passagem de Ano, só com uma manga, muito colante, em curvas pretas e magenta. Era o único da espécie e consegui enfiar-me num XS elastano e ficar fantástica! [já não encontrei a imagem no site]
Preço: 23€ 11.50€

O casaco pela cintura de malha azul com fios discretos em dourado e prateado (lindo! lindo! lindo!) que se colou à minha pessoa e só descansou quando o trouxe também faz parte do rol [já não encontrei a imagem no site]
Preço: 30 15€
[neste vou fazer alterações. Puseram colchetes de saia para apertar à frente mas não são funcionais. Prendem na malha do casaco. Vou retirá-los e colocar molas em preto. Assim, sim, ficará Perfeito.]
  
Mas não pensem que esta foi uma situação fácil, não... Das 11 peças, só as mencionadas estão a viver comigo e não é exagero quando escrevo que o meu coração partiu-se quando tive que escolher quais levar.

Saí da loja a flutuar quando a Primark piscou-me o olho e eu, (fácil, fácil) fui em sua direção.
Se esta loja tem uma boa relação qualidade-preço durante o ano, nos saldos devem pagar-nos para levar as peças!
Afinal não. Não vi muita coisa em promoção, a maior parte dos produtos estava a preço normal. Compreendo que, devido aos valores de venda ao público serem já baixos, a margem para os reduzir ainda mais é muito pouca.
Contudo, o que me cativa nos saldos são as oportunidades de negócio que faço e na Primark não senti dado que estava tudo como antes.
Malas a 11€ (preço orginal) e que em época de promoções estão a 11€, não me convenceram.
Mesmo assim, trouxe um lenço multifuncional com muitas cores (1€)  e um gorro em branco com detalhes dourados (2€).

Ainda dei uma volta pela Berska e pela Stradivarius, mas  estavam tão cheias, com roupa amontoada por tudo quanto era canto que o feitiço desapareceu.

Ainda bem. Avancei para  as escadas rolantes a passo apressado para que a Claires não me visse assim como a Parfois.
Cheguei ao carro sã e salva, com menos dinheiro na conta (é verdade) mas a sentir-me glamourosa com os sacos que trouxe e ansiosa por conjugá-los com os precious do meu armário.
Mission Accomplished!
M

Eu Acredito

"Pelo que vale, nunca é tarde demais... (ou no meu caso), cedo demais, para que sejas o que queres ser.
Não há limite de tempo. Podes começar quando quiseres.
Podes mudar ou ficar na mesma. Não há regras para isso.
Podes escolher o melhor ou o pior da vida.
Eu espero que escolhas o melhor.
Espero que vejas coisas que te surpreendam.
Espero que sintas coisas que nunca sentiste antes.
Espero que conheças pessoas com diferentes pontos de vista.
Espero que vivas uma vida que te orgulhes.

E, se achas que não és capaz, espero que tenhas a força...
...para começar de novo. "

in O estranho caso de Benjamim Button
M

terça-feira, janeiro 10

A Vida é mesmo assim

Pois se há 1 mês o meu dia-a-dia era do mais monótono e normalzinho possível, eis que o final de Dezembro veio dissipar o meu semblante de limito-me a estar e a minha atitude deixar-os-dias-correrem-por-mim.

Olho para trás e, apesar de não reconhecer a pessoa que vivia em mim, tenho a certeza que esses dias foram essenciais para que pudesse alinhar-me comigo mesma.
Creio que esses momentos (cíclicos) de puro egocentrismo e de concentração de mim em mim são a razão da minha lucidez, do meu equilibrio.
Ao refletir sobre quem fui e quem sou, reconheço que funciono como as marés dos mares e oceanos, como as fases da Lua hipnotizante.
Neste caminho de auto-descoberta que decidi iniciar, tendo em compreender todos os meus altos e baixos e aceito-me: ora cheia, luminosa, grande, forte e imponente; ora misteriosa, escondida, pequena, fugidia e oculta.

Estou (e sinto-me) a aprender que Eu Sou todos estes adjetivos e mais.
Sou o Ying e o Yang.
Sou o choro e o riso.
Sou a abundância e a falta. 
E não faz mal.

Todos nós queremos ser o Mais, o Melhor, o Sucesso, a Vitória, a Riqueza e não consentimos os seus antónimos. Tendemos a recusá-los, mas a verdade é que também o feio e o penoso fazem parte do todo. Podemos fingir que não existem, podemos ignorá-los, podemos queixar-nos aos sete ventos... Ou abraçar estes elementos errantes como parte do percurso. 

Como defende a minha Oprah: "não há coincidências. Apenas ordem divina."
E eu quero acreditar que todos os obstáculos que se erguem perante mim têm como objetivo fortalecer o meu caráter, tonificar a minha personalidade.
Uma oportunidade para me conhecer mais e melhor, porque, olhando em retrospetiva, foi esse o resultado dos desafios que ultrapassei. 
M

sábado, dezembro 31

A vocês

que não conheço pessoalmente, mas que considero parte integrante do meu núcleo:
A vocês que leio, que encontro, que descubro, que me prendem com as vossas palavras:

Desejo-vos um excelente novo ano.
Com conquistas e vitórias.
Com ambição e criatividade.
Provavelmente com sacrifício e esforço, mas vamos torcer para que estes em quantidades tão ínfimas que não nos farão balançar.

Hoje é o último dia de um ano que foi bom para mim.
Que me mostrou que, um coração partido, com o tempo pode voltar a sentir.
Que me permitiu realizar os projetos a que me propus durante 2011.

Saudosa e nostálgica, vejo-te a fazer a mala para me deixares.
Irei vestir-me a rigor e perfumar-me antes de ires.
Agradeço-te todas as experiências que tive, assim como os risos, as aventuras, os sorrisos, as companhias.
Adeus 2011.
M

Só tenho a escrever que

esta foi a gota de água.
Já me senti farta, não valorizada e descontente no meu local de trabalho, mas hoje chega.
Nem preciso usar letras maiúsculas para mostrar raiva e fúria.
Nem vou usar palavrões. Já estou noutra fase.
Tenho sentido tristeza há já algum tempo, mas hoje apercebi-me que o meu esforço e o meu desempenho jamais serão reconhecidos. Nem com uma mísera palmada nas costas.
Felizmente adoro o que faço e sou uma excelente profissional, sem modéstias e com orgulho.
"Ficar até mais tarde? Com certeza.
Vir trabalhar a folga? Com certeza.
Mudar folgas? Com certeza.
Tapar buracos? Com certeza.
Ir para departamentos que não conheço e fingir que sei o que estou a falar? Com certeza."

Até hoje.
Não aconteceu nada de diferente. Não foi nada de extraodinário, mas é sempre assim com a gota que transborda o copo. Não é o pingo em si, mas sim a reunião de toda a água existente que pesa. Não é individual. É coletivo.
Nunca fui e não sou uma pessoa "'tou-me a cagar". Tenho colegas que são, amigos também. Talvez eles é que estão bem. Não se apoquetam nem têm chatices.
Mas eu não sou e sou fiel a mim própria. Quando abraço um projeto, interesso-me, cuido, trato, preocupo-me. Contudo, não posso mais continuar nesta relação unilateral.
Nenhum Amor sobrevive apenas com um a dar.
Não é isto que quero, não é o que pretendo, mas hoje a separação tornou-se inevitável.
Recuso-me a ficar num lugar onde não me sinto querida e valorizada. Onde sinto que sou massa para tapar fendas de departamentos que estão a funcionar com uma equipa fantástica, todavia demasiado pequena para assegurar a satisfação dos seus colaboradores.
Eu tenho direitos e excedi todos os meus deveres.

Felizmente, continuo apaixonada pelo que faço e os hóspedes foram e são o motor que me faz ser mais e melhor. Que me fazem sorrir. Que reconhecem o meu profissionalismo. 
Mas este deixou de ser o meu lar laboral.
M

sábado, dezembro 24

No Dia 24 de Dezembro

quero dar Graças.
Bem sei que é véspera de Dia de Natal e não se trata do dia de Tranksgiving importado dos Americanos e Canadianos. Mas desde quando é que é preciso dias próprios para agradecer as benções que temos? Além do mais, esta data parece-me a mais perfeita.

Numa época de cabeças baixas, de olhos que fitam o chão, de dedos que escolhem as últimas moedas no porquinho mealheiro, numa palete cinzenta que servirá para pintar o futuro, que nos obriga a olhar para nós, dado que o poder económico é quase inexistente para aquilo que queremos, eu dou graças pelo que tenho.

Por isso, estas são as riquezas:
  • a minha saúde que (mesmo sendo abalada, por vezes, por uma faringite malina ou por uma constipação) tem estado presente o ano todo. Agradeço por não ser alérgica a nada e por não ter ninguém do meu Mundo numa cama de Hospital.
  • ter uma família acolhedora que me abraça como uma manta quente numa noite de neve. Que, apesar de distante durante o ano, cada um ocupado com a própria vida (inclusivé eu), está definido no nosso ADN que iremos estar juntos no Natal e nos dias de celebração individual, mas no coletivo.
  • a oportunidade de ver a minha prima de 11 anos e o meu afilhado (seu irmão) crescerem. Tenho imenso prazer em brincar com eles, aos seus jogos e segundo as sua regras, fazendo-me regressar à M com menos 20 anos.
  • o meu trabalho que, apesar de agora não preencher a minha sede profissional, foi a concretização de uma das minhas resoluções de 2010. Tem-me permitido realizar os meus compromissos financeiros e contribuiu para a minha aprendizagem hoteleira. 
  • a Nuvem Mágica que decidi adotar, já lá vão quase 2 anos (está quaseeeee!!!!!). Que se revelou uma filha, uma amiga, uma companheira, uma casa, quando não tenho para onde ir. Apesar de ser feita em metal, com portas, vidros, estofos e pára-choques, acredito que tem um coração de verdade. Que me tem defendido de acidentes, de ruas mal iluminadas e de conduções pouco atentas.
  • os meus amigos. A palma de uma mão é suficiente para contá-los, mas são grandes no que representam para mim. Por não se esquecerem quando estão longes, por insistirem sempre, mesmo quando estou na fase de não atender telefonemas, por quererem estar comigo e ouvir as minhas crises existências, por me acompanharem quando não estão presentes e por me fazerem sentir que faço parte das vidas deles.
  • por ter sempre conseguido ter o mínino de qualidade de vida que me permite alguns luxos que confortam a alma, com mais ou menos contas. Não estou a escrever sobre artigos da Louis Vitton (infelizmente) nem da Versace, mas um jantar fora, uma peça na Zara e uma viagem até Lisboa têm sido os meus tesouros dado o meu orçamento.
  • ter iniciado um percurso de descobrimento pessoal básico, autodidata, mas essencial. Cada vez mais sinto que estou mais perto de saber quem sou, do que quero. Agradeço por me ter conseguido adaptar a condições agressivas, ter tido o discernimento para abandonar um caminho e começar outro. Por ter a sabedoria de ver o que me faz bem e cortar com relações tóxicas que me envenenavam e prendiam com cordas invisíveis. Sinto-me abençoada por todas as experiências que tenho tido. Algumas fizeram feridas que deixaram cicatrizes na pele, outras fizeram-me sentir que o céu é o limite e com outras acreditei que tinha descoberto o sabor do Paraíso.
  • a revelação de um espaço, como este blog e a blogosfera, onde posso ser uma M dos pés à cabeça, encontrar desconhecidos que me inspiram, que me fazem pensar com as suas palavras, que partilham o seu dia-a-dia e por eu ter tocado, (em pelo menos) 13, que gostam de saber o que se passa no Meu Mundo.
  • poder comer o que quero sem restrições e por nunca ter faltado comida em casa, nem calor, nem conforto. Por a minha casa ser um lar de que me orgulho e me faz sentir a Princesa do castelo.
  • Por, apesar das diferenças abismais no que toca às nossas personalidades, ter uma Mãe que me Ama mais do que a própria vida e de poder contar com ela independentemente do que aconteça.
  • Quero agradecer à Esperança que, contra todas as circunstâncias, ainda ancora dentro de mim. Obrigada por poder escolher, por fazer o que quero e quando quero.
O Natal não precisa de muitas prendas para ser bom.
Precisa apenas de nós, com os nossos, em conversas e sorrisos na companhia de uma mesa que nos sussurra: "esta noite não há restrições, não precisas de escolher. Prova TUDO."
Feliz Natal.
M

Love Love

Estou apaixonadíssima por estes sons.
M


sexta-feira, dezembro 23

Natal no Google

Hoje deparei-me com esta decoração animada do Google.
E eu que adoro estas músicas com sinos e descobrir botões para carregar como se de um brinquedo para crianças com menos de 6 meses se tratasse.



Try it!
M

Sou uma fácil.

Estou nestas andanças há 2 meses e já me ando a meter em videos com pessoas que não conheço de lado nenhum. Sou muito social. O video saiu e ficou o máximo!!
A Miss Murder encontra-se aqui à direita e quando, num post, teve esta iniciativa, aceitei este desafio.
O que pesou?
Ser uma forma original de celebrar o Natal de 2011.
O facto de ser um meio de fazer algo em conjunto com pessoas que não faço  a mínima ideia quem são. Pessoas que leio, pessoas que nunca irei conhecer pessoalmente nem fisicamente mas que, em união, conseguimos estar juntos.

Este projeto surgiu num momento lento e desanimador da minha vida, em que estava cheia de dúvidas e pedia à Motivação para voltar a ser minha Amiga. Precisava de abraçar um projeto que desse certo, que fosse um sucesso. Saber-me capaz. E fui. Fomos todos. O resultado ficou fantástico e estou muito orgulhosa de mim e daqueles que decidiram arriscar e divertir-se na blogosfera.
Este foi o meu momento "Utubi".
M


 

Casa do Segredos

Não sou acérrima espetadora, mas gosto de saber o que se passa.
É como a política. Não me interessa muito mas tenho que estar informada para saber quais as medidas que adotarão a fim de diminuir a minha qualidade de vida.

Fiquei perplexa quando a Teresa Guilherme expulsou a Susana.
O meu queixo caiu quando ela levantou a mão, indicando o caminho da porta do estúdio.
Tem mamas e tomates em ficar, porque acho que eu tinha-me levantado.
Mas eu também nunca seria capaz de concorrer a programas destes tipo.
M

quarta-feira, dezembro 14

Já é Natal no Hotel

A arquiteta veio cá hoje e pelo que me contam há uma árvore gigantesca na receção com direito a renas e trenó. Ainda não vi, mas deve estar bonito. Agora apenas deve estar desarrumado, cheio de tirinhas verdes e brilhos no chão, porque a montagem ainda está no início. Mas depois... depois vou espreitar.
É engraçado como até numa unidade hoteleira há filhos e enteados.
A receção: os mais belos, cintilantes e majestosos enfeites. O Spa? Ganhou 3 bolas com luzes, que nem sequer piscam. Mais nada. Nem um azevinho, uma fitinha, um Pai natal em miniatura... Não. Talvez o motivo se prenda com o próprio departamento. Será que receiam que os hóspedes não consigam relaxar com luzinhas ou se tiverem em contato com o matreiro do espírito natalício? Hum...
Em compensação, o canal musical Spa calou-se e deu lugar a uns sininhos e a cantores felizes anunciando neve que não verei, a chegada de um Amor que não tenho ou a presença de um Pai Natal que não existe.

Este é o dia em que as colunas apenas transmitirão música de natal all day long. Não gostas? Azar.
M

terça-feira, dezembro 13

Acho piada a Androginia

porque é basicamente assim que as coisas e as pessoas existem no meu Mundo. Sem discriminações, sem géneros, sem categorizações, sem pudores, num jogo de perfeita simbiose.
Encaro tudo e todos como um conjunto completo e evito generalizar.
Gosto da Beleza no seu sentido cru, primário e completamente desprovida de juízos de valor.
Consigo apreciar um Homem hetero, uma planta, um Homossexual, uma Mulher porque estou a estimar o ser humano como um todo, a pessoa no seu habitat, na sua pele, sem que a minha orientação sexual seja posta em causa.

Para mim, a androginia tem esse poder: permite ver além dos rótulos e descobrir A Pessoa. Representa a ausência de limites e condicionantes na esfera dos lados feminino e masculino e na sua sexualidade, levando a conhecer a verdadeira essência de cada um, sem medo de carimbos.
Deste modo, comportamentos estereotipados como "não consigo avaliar se é atraente ou não. É do mesmo sexo do que eu e Homem que é Homem só tem opinião sobre Mulheres" faz-me espécie. Tolice. Quem somos nós, quando não sabemos (ou temos medo) de olhar uma pessoa bonita, sensual se for do mesmo sexo do que nós? A sociedade e os dogmas instituídos têm assim tanto poder?
A androginia é um exemplo de que somos unos e que a definiçao não representa uma mais-valia. Revela que somos os dois sexos juntos num só indivíduo; e isto vai além da aparência, dos traços, da fisionomia. Somos a testosterona e o estrogénio. Como a mulher profissional com a sua agressividade máscula e competência de negociar, como a voz melosa e o abraço terno de um homem que adormece o filho.
Comecei a prestar mais atenção a este conceito pelas mãos da (universal)indústria da Moda, que tem tido um papel revolucionário na divulgação. Nomes como Dolce & Gabbana, Louis Vuitton, Versace, Ralph Lauren, Marc Jaccobs e Jean Paul Gaultier são alguns dos que se atreveram a pensar fora do sexo, out of the box, tendo catapultado para o panorama mediático o jovem Andrej Pejic, um modelo que faz trabalhos no feminino e no masculino.
Na tentativa de fazer um paralelismo com o panorama social, não tenho dúvidas que, José Castelo Branco poderia ser o Embaixador da Androginia em Portugal. Se observarmos bem, ele não é apenas um homem que se veste de mulher. Não é puramente um travesti. Poderia ser mais do que isso. Infelizmente, a necessidade de ser o centro das atenções, o espalhafato que faz, o mimo que tem e os tiques de drama queen fazem com que seja uma vergonha para os sexos. Ambos.

E nestes exemplos, quem é quem?
M

quinta-feira, dezembro 8

To be Alone or not to be

"I always said I'd be happier alone.
I have my work, my friends, but someone in your life all the time? More trouble than it's worth. (...)There's a reason I said I'd be happy alone. It wasn't 'cause I thought I'd be happy alone. It was because I thought if I loved someone and then it fell apart, I might not make it.
It's easier to be alone, because what if you learn that you need Love and you don't have it?
What if you like it and lean on it?
What if you shape your life around it and then it falls apart?
Can you even survive that kind of pain?
Losing Love is like organ damage. It's like dying.
The only difference is death ends.
This? It could go on forever."
Meredith Grey

Um Ponto de Luz


Não sei se é da melodia, do poema, da voz ou simplesmente porque é a Sara, mas quando todas as notas se juntam e me atingem, acalmam-me.
Como a brisa que visita o pôr de sol em Agosto, faz-me acreditar que tudo vai correr bem, que sou e serei sempre capaz. Que nada devo temer. 
Uma paz envolvente embala-me numa cadeira de baloiço até adormecer.
M

quarta-feira, dezembro 7

Um-Dó-Li-Tá

Não queria estar na pele da Little Grey, não.
Há escolhas tão difíceis...
E os 2, podem ser os 2?
M


E agora?

Negócio fechado. Deram-me Sábado e Domingo para estar à minha vontade.
O que é uma chatice porque agora tenho que ver o que vou fazer.
Para quem trabalha em hotelaria, não folga aos fins de semana e nem se lembra a última vez que tal aconteceu, este conjunto de dias tem o sabor de nota de 50€ que encontramos no chão ou oferenda de um bilhete para o teu concerto favorito porque o amigo está doente e não pode ir.
Como é que vou celebrar este ato raro, de pura sorte que o Universo resolveu dar-me? 
Quais os amigos que vou visitar, já que todos folgam sábado e domingo?
M

Acham estranho

ter apresentado o In The Mood For Love a um affair meu?
Depois de ter enviado o email, fiquei a pensar nisto.
Ele é bom rapaz e boa pessoa...mas não para mim. "Ah, se fosse então não abrias mão dele." Não necessariamente.
Quando nos envolvemos, eu não sabia bem o que queria, andava meio enevoada e ele, giríssimo como é, cativou-me. Mas com o envolvimento veio o conhecimento e a cada encontro sentia que o nosso caminho (afinal) não tinha sido traçado junto.
Ele gosta de ficar em casa e ver filmes, não é dado a noitadas, aos 25 anos gostava de estar a dar os passos para iniciar família. E eu sou o antónimo disso. Quero viajar pelo mundo, não estar presa a nada, perder-me, achar-me e ter uma vida responsavelmente desregrada.
Como canta Rui Veloso "Não se ama alguém que não ouve a mesma canção". E nós nem temos a mesma playlist. Falámos e concordámos com o óbvio. De que serve estares num  relacionamento se não partilham as mesmas ideias para o futuro? Ficámos amigos e falamos bem.
Acho-o um excelente candidato, é enternecedor a sua visão romântica do Amor. Por isso tenho a certeza que muitas Meninas ficarão felizes de o ter na sua vida.
Ás vezes considero-me uma prima afastada do Cupido. Gosto de juntar pessoas aleatórias umas com as outras e ver o resultado.

Não sei o que ele vai achar ou até se irá participar, mas a minha ação está feita. Agora é com ele e com o Universo.

Já agora, aproveito para dirigir uma salva de palmas a esta inicitiva do Arrumadinho. Just perfect.
M

Eu não devia estar aqui

Sabem aquele sentimento de véspera de folga?
Quando cada minuto que passa significa que estamos cada vez mais próximos de descanso total e de sermos donos do nosso tempo?
Aquela sensação de passar a porta, chegar ao carro e fazer o caminho até casa? Aquela despreocupação de, no dia seguinte, não ser obrigada a acordar cedo, de vestir a farda, de ter que estar sempre disponível?

Pois. Por momentos senti isso tudo, até que me ligaram.
Até que me convocaram para trabalhar no meu dia de folga.
Estou fodida e continuo a ser mal paga.
M

terça-feira, dezembro 6

Se tu choras

e ganhas um ordenado de 4 dígitos, mais carro, mais ajudas de custo, mais horas extraordinárias, mais alimentação, mais viagens, mais, mais... então imagina como é que o resto do Mundo está.
M

segunda-feira, dezembro 5

E o dia ainda aqora começou

Deus: porque pões na minha vida mentecaptos quando sabes que estou doente e com pouca paciência?


Situação I:
O colega que limpa os vidros entra mais cedo do que eu, destranca a porta de entrada do Spa, faz o seu serviço e volta a fechar as portas. Como, por norma, passados 10 minutos eu apareço, não há necessidade de as voltar a trancar. Pensavamos nós.
Entro para abrir o Spa e assusto-me com a presença de duas ignóbeis que devem ter a mania que são mais inteligentes do que o resto do mundo. Pois as badalhocas, dizem que estranharam as Tv's estarem desligadas assim como as luzes, mas meteram-se a explorar como se fosse tudo delas, ainda por cima, sem touca.
Eu não queria, mas elas puseram-se a jeito e levaram um raspanete aliado a um sorriso amarelo bem cínico e uma dose de sarcasmo bem metida.
Argumentos que usaram para se desculparem? Que vinham de Espanha (são inglesas) e como tal fizeram confusão com o horário (WTF?!? Porque a informação que vos é dada aquando o check in é tendo em conta o país de que vens e não o país em que estás, queres ver?), que tinham ido à receção do hotel buscar toalhas e que ninguém lhes disse nada, nem informou que o Spa abre às 10.00. Alto e pára o baile!! Os meus colegas não fariam isso! Telefone em punho e os rececionistas confirmam: elas mentiram. Não foram à receção e nem sequer pediram nada.
Fiz questão de as desmascarar olho no olho e ainda só eram 10:07. Foi como apanhar o namorado aos sms com outra, confrontares e ele tentar desviar-se da verdade, com artimanhas.
E eu que detesto que me mintam. Cabras.

Situação II:
Uma inglesa, às 10:10 veio-me com a conversa:
- Ah e tal, eu não falo português porque é uma língua muito difícil.
- Pois, também russo, chinês e holandês é difícil - respondi com um sorriso forçado.
- Mas português não é parecido com nada...
- Pelo contrário, como língua latina é bastante similar ao francês, ao espanhol, ao italiano [sorriso mete nojo, novamente].

Então as línguas têm que ser parecidas com o quê, valha-me Deus!? O inglês é parecido com o quê?!? Com inglês, não?

Situação III:
Espanholita pede lista de massagens.
- A Sr.ª prefere o preçário em português ou em inglês?
- Em español.

Já são 10.30. Então se te dou 2 opções, vais-me atirar com uma terceira, para quê?!?!?
Se houvesse em espanhol, tu não achas que te dava, sua otária?

Hoje estou naqueles dias em que não tenho paciência para a estudipez.
M


sábado, dezembro 3

Vamos imaginar esta história, sim?

Amiga vai viver para uma cidade a 300 kms de ti e aluga um apartamento. Divide o T4 com um rapaz e uma rapariga que nunca viu.
Passado 1 mês e meio da mudança, fazes uma visita à tua amiga e ela conta-te que (surprise, surprise!) a colega de casa anda enrolada com o teu último affair e que ele tem dormido lá em casa, no local onde tu também vais passar a noite.
Ora, isto quer dizer que há a hipótese de tu conheceres a rapariga que anda a comer o que comeste (e puseste na borda do prato) e que é provável que ele esteja à distância de um toque de campanhia e se encontrem os 3 no hall.

Felizmente, o Universo não quis abusar no sentido de humor.
M

É estranho

como a minha alergia em ficar em casa num sábado à noite desapareceu.
Olhando para trás questiono-me de onde vinham as comichões, a inquietação, a ansiedade.
Então não é melhor ficar no quentinho, aconchegada, deitar-me sem ser ao sol raiar e acordar com a vitalidade qb de alguém que trabalha ao domingo?
M

Estou apaixonada

pela interatividade.
O papel que me perdoe todos estes anos de relação, mas isto é fixe p'ra cacete!
M

Faz-me sorrir quando oiço


M

Pela Internet

M

sexta-feira, dezembro 2

Os "ses" a que, erradamente, nos agarramos

"Às vezes estamos em rota de colisão e não sabemos.
Seja por acidente ou por destino, não há nada que possamos fazer.

Uma mulher em Paris ia sair para fazer compras, mas esqueceu-se do casaco e voltou atrás para o ir buscar. Quando apanhou o casaco, o telefone tocou, parou para o atender e falou durante uns minutos.

Enquanto estava ao telefone, Daisy ensaiava na Ópera de Paris.

Enquanto ensaiava, a mulher que falava ao telefone saiu para apanhar um táxi.
Um taxista acabou o serviço mais cedo e parou para tomar um café.

Durante todo esse tempo a Daisy estava a ensaiar.

Esse taxista que acabou o serviço mais cedo e que parou para tomar um café, apanhou a mulher que ia às compras e que perdeu o táxi anterior. No percurso, o taxista foi obrigado a parar devido a um homem que atravessa a rua e que tinha saído cinco minutos atrasado para o trabalho, porque se esqueceu de ligar o despertador.


Enquanto esse homem, atrasado para o trabalho, atravessava a rua, a Daisy tinha terminado o ensaio e estava a tomar um duche.

Enquanto a Daisy tomava o duche, o taxista encontrava-se à espera, em frente da loja onde a mulher foi levantar uma encomenda que ainda não estava embrulhada porque a rapariga que era suposto fazê-lo tinha acabado com o namorado na noite anterior e tinha-se esquecido.

A encomenda foi embrulhada e a mulher voltou para o táxi, que tinha sido bloqueado por uma carrinha de entregas, enquanto a Daisy se vestia.

A carrinha arrancou e o táxi conseguiu andar, enquanto a Daisy, a última a vestir-se, esperava por uma das suas amigas, que tinha partido um atacador.

Enquanto o táxi estava parado no semáforo, a Daisy e a sua amiga saiam pelas traseiras do teatro.

E se apenas uma coisa acontecesse de maneira diferente?
Se o atacador não se tivesse partido ou se a carrinha de entregas se despachasse mais rápido.
Ou se a encomenda já estivesse embrulhada, porque a rapariga não tinha acabado com o namorado.
Ou se o homem tivesse ligado o despertador e se tivesse levantado 5 minutos mais cedo.
Ou se o taxista não tivesse parado para tomar um café.
Ou se a mulher se tivesse lembrado do casaco e entrado no primeiro táxi.
A Daisy e a amiga tinham passado a rua e o táxi tinha passado por elas.

Mas a vida sendo como é, uma série de vidas e incidentes interligados, sem interferência de ninguém, aquele táxi apareceu, o condutor estava momentaneamente distraído...

DAIIISSSSYYYYY!!!!!

...e aquele táxi atropelou a Daisy.
in O estranho caso de Benjamin Button
M

terça-feira, novembro 29

O Meu Fado

Não me recordo a primeira vez que ouvi o som das guitarras e o poder da voz dos fadistas. Mas sei quando comecei a senti-los, quando as notas nos dedos ecoaram na sala e a letra se tornou num mundo, com gente dentro.

Nunca se ouviu fado em casa nem se compravam cd's ou cassetes deste género, apesar da Mãe sempre ter gostado muito.
Eu não percebia. Para mim, na altura, era simplesmente música. Achava monótono e aborrecido embora sempre tivesse ouvido: "quem não gosta de fado não pode ser bom português".
Até ao dia.

Os meus tios resolveram mudar de vida e abrir um restaurante com comida portuguesa bem feita, pratos bem servidos e um ambiente íntimo, elegante e requintado.
O estabelecimento era familiar. O Tio era o cozinheiro, a Tia a doceira/pasteleira, os Filhos os empregados de mesa e o Amigo do tempo da guerra estava responsável pela copa.
Aquele lugar tinha um charme intemporal, com cortinados drapeados em cetim, guardanapos de pano, talheres prateados pesados, brilhantes e uma decoração feita com mimo e atenção, de peças que a Tia pintava e expunha na sala.
Lembro-me de ter passado muitos dos meus verões lá em casa enquanto criança e adolescente. Sentava-me numa cadeira, perto da máquina registadora e absorvia as pessoas presentes. A comer, a deliciarem-se, a rir, a falar, a beber, e gostava.
Decidiu-se que aos sábados haveria Fado ao Vivo, para chamar a atenção dos turistas. Com a agenda cheia de reservas para esta nova noite temática, o meu primo não conseguia coordenar uma sala sozinho. E eu, com 19/20 anos aceitei o convite de me tornar empregada de mesa, a sua assistente. 
Este foi o início da minha relação com o Fado.

Trabalhava-se com 4 fadistas: a três era atribuído um sábado de cada semana e um era residente com o Fado de Coimbra. Duas vozes de senhora e duas de senhor, todos fielmente acompanhados pelos músicos, a sua entourage.
Por norma, chegavam 1 hora antes de atuar. Jantávam na mesa mais discreta e recôndida do restaurante, com um jarrinho de vinho tinto e era esse o local onde pousavam os instrumentos e a voz nos intervalos.

Apercebi-me que, apesar de não haver palco, aquilo era um espetáculo, tratado com a magnificência exigida, de todos.
Vestiam-se a rigor para cantar o Fado. Os músicos vinham de fato escuro e gravata e elas com os seus vestidos negros armados, com desenhos de lantejolas, as jóias mais vistosas, o xaile colorido colocado sob os ombros, sempre com franjas, que se entrelaçavam nos dedos aquando da interpretação. A nós, cabia ter tudo organizado antes e depois da performance. Por respeito, limitávamos ao máximo a nossa circulação na sala, o toque de pratos, dos copos, dos talheres dado que todos obedecíamos à lei "silêncio que se vai cantar o Fado."
Os clientes habituais já conheciam o sinal de início da representação musical: o apagar das luzes brancas e o acender do único feixe vermelho que incidia sob os músicos e fadista, tornando-os nas estrelas da noite, iluminados pelo calor da cor e das velas nas mesas.

Lembro-me de observar os estrangeiros embevecidos a olhar e a sentir. A comida no prato podia ficar fria, porque a atenção era direcionada àquele conjunto que cantava a cultura portuguesa. Mesmo sem perceber uma palavra, entendiam o sentimento. Mesmo tendo sido a primeira visita no nosso país, entregavam-se ao compasso da guitarra e da viola e à interpretação do fadista. E era delicioso ver e ouvir.

Durante este período, ouvi muitos fados, muitas cantigas, muita destreza nos dedos que corriam a madeira cima e baixo, esquerda e direita antes de saber apreciar. Mas ao Fado, rendemo-nos sempre, independente do tempo que demore.

Depois da panóplia, posso afirmar que a minha preferência cai no Fado corrido, alegre, mais ritmado, propício à interação, em que é possível aos espetadores acompanhar a fadista e cantar com ela o refrão. E, perdoem-me todos os excelentes fadistas homens, mas o Fado cantado por uma mulher tem outro sabor.
A estucada de sedução veio nas palavras (sempre as palavras!) com a musicalidade das letras, dos poemas, dos versos, que brincam, que choram, que divagam, que são a essência de uma melodia.
O Fado é visto como triste e melacólico, saudoso e solitário, mas não para mim. Traz-me memórias bonitas e lembranças muito queridas. O Fado canta a Vida, composta por momentos de infelicidade, de desgosto, de dúvida, de arrependimento. Mas também tem paixões, alegrias, vitórias e união.
Assim, e em jeito de conclusão, fica o video do meu fado favorito numa das mais belas performances. Aqui é transparente a diferença entre contar uma história e cantá-la; e a universalidade do nosso Fado.


Fico radiante por termos ganho. 
Apesar de não sabermos para onde vamos, fomos reconhecidos por aquilo que fomos, pelo que somos e faz-me sentir especial.
M

segunda-feira, novembro 28

Grão a grão

enche a Galinha o papo. Todos conhecem o ditado que serviu de inspiração à Mia, com uma iniciativa que aplaudo.
Então e se cada um de nós, autores de blogs e seus seguidores, contribuíssemos com 1€ a favor de uma instituição/associação?
Sim, eu sei que a presença de 1€ no relatório de contribuições não é ouro sobre azul, mas já é alguma coisa e o caminho começa por algum lado. Além do mais, o objetivo é sermos muuuuitos a semear. Um euro transforma-se em 10, que aumenta para os milhares, quiçá?
Trata-se de um número pequeno para não provocar um desfalque no orçamento, mas grande  o suficiente se o fizermos juntos.
Poderiamos até escolher uma entidade todos os meses como destinatária.
As parcerias existentes entre as companhias de telecomunicações e as instituições são ótimas formas de dar sem doer. O catálogo de Pontos serve de exemplo. Em vez de adquirirmos um telemóvel novo (porque nos vão retirar 7 pontos se não os usarmos à data) folheiem até às últimas páginas e encontrarão associações que utilizam os pontos como moeda de troca. Podem escolher aqui.  

Este é o meu singelo grão de milho.
Porque a união sempre será a força.
Porque todos nós temos o poder de mudar e melhorar o que tocamos. Nem que seja com 1€.

M

domingo, novembro 27

Todas as Ruas do Amor

Hoje, que troco versos por outros, que saltito de melodia em refrão, partilho aqui uma das mais belas.
Porque a 1ª Arte tem este poder de compliar o Som com as Letras, originando uma reação que se sente em todo o corpo como uma corrente de energia luminosa.

Não sei porque é que não ganhámos. Aceito que há anos em que as prestações são melhores do que outras (do que a nossa), mas em 2009 mereciamos ter ganho.
A utilização de instrumentos tradicionais, a imagem genuína do grupo onde se lia simpatia e hospitalidade.
A escolha do vestuário e das peças chaves da nossa cultura.
Uma melodia que toca o coração, mesmo que não se entenda a Língua. A inegável harmonia e força da voz da Vânia Fernandes.
É a calda doce de um D. Rodrigo colorido, acabado de desembrulhar.




Se sou tinta, tu és tela
Se sou chuva, és aguarela 
Se sou sal, és branca areia
Se sou mar, és maré-cheia
   
Se sou céu, és nuvem nele
Se sou estrela, és de encantar
Se sou noite, és luz para ela
Se sou dia, és o luar
   
Sou a voz do coração
Numa carta aberta ao mundo
Sou o espelho d'emoção
Do teu olhar profundo
   
Sou um todo num instante
Corpo dado em jeito amante
Sou o tempo que não passa 
Quando a saudade me abraça
   
Beija o mar, o vento e a lua 
Sou um sol em neve nua
Em todas as ruas do amor 
Serás meu e eu serei tua 
    
Obrigada Pedro Marques.
M