terça-feira, novembro 29

O Meu Fado

Não me recordo a primeira vez que ouvi o som das guitarras e o poder da voz dos fadistas. Mas sei quando comecei a senti-los, quando as notas nos dedos ecoaram na sala e a letra se tornou num mundo, com gente dentro.

Nunca se ouviu fado em casa nem se compravam cd's ou cassetes deste género, apesar da Mãe sempre ter gostado muito.
Eu não percebia. Para mim, na altura, era simplesmente música. Achava monótono e aborrecido embora sempre tivesse ouvido: "quem não gosta de fado não pode ser bom português".
Até ao dia.

Os meus tios resolveram mudar de vida e abrir um restaurante com comida portuguesa bem feita, pratos bem servidos e um ambiente íntimo, elegante e requintado.
O estabelecimento era familiar. O Tio era o cozinheiro, a Tia a doceira/pasteleira, os Filhos os empregados de mesa e o Amigo do tempo da guerra estava responsável pela copa.
Aquele lugar tinha um charme intemporal, com cortinados drapeados em cetim, guardanapos de pano, talheres prateados pesados, brilhantes e uma decoração feita com mimo e atenção, de peças que a Tia pintava e expunha na sala.
Lembro-me de ter passado muitos dos meus verões lá em casa enquanto criança e adolescente. Sentava-me numa cadeira, perto da máquina registadora e absorvia as pessoas presentes. A comer, a deliciarem-se, a rir, a falar, a beber, e gostava.
Decidiu-se que aos sábados haveria Fado ao Vivo, para chamar a atenção dos turistas. Com a agenda cheia de reservas para esta nova noite temática, o meu primo não conseguia coordenar uma sala sozinho. E eu, com 19/20 anos aceitei o convite de me tornar empregada de mesa, a sua assistente. 
Este foi o início da minha relação com o Fado.

Trabalhava-se com 4 fadistas: a três era atribuído um sábado de cada semana e um era residente com o Fado de Coimbra. Duas vozes de senhora e duas de senhor, todos fielmente acompanhados pelos músicos, a sua entourage.
Por norma, chegavam 1 hora antes de atuar. Jantávam na mesa mais discreta e recôndida do restaurante, com um jarrinho de vinho tinto e era esse o local onde pousavam os instrumentos e a voz nos intervalos.

Apercebi-me que, apesar de não haver palco, aquilo era um espetáculo, tratado com a magnificência exigida, de todos.
Vestiam-se a rigor para cantar o Fado. Os músicos vinham de fato escuro e gravata e elas com os seus vestidos negros armados, com desenhos de lantejolas, as jóias mais vistosas, o xaile colorido colocado sob os ombros, sempre com franjas, que se entrelaçavam nos dedos aquando da interpretação. A nós, cabia ter tudo organizado antes e depois da performance. Por respeito, limitávamos ao máximo a nossa circulação na sala, o toque de pratos, dos copos, dos talheres dado que todos obedecíamos à lei "silêncio que se vai cantar o Fado."
Os clientes habituais já conheciam o sinal de início da representação musical: o apagar das luzes brancas e o acender do único feixe vermelho que incidia sob os músicos e fadista, tornando-os nas estrelas da noite, iluminados pelo calor da cor e das velas nas mesas.

Lembro-me de observar os estrangeiros embevecidos a olhar e a sentir. A comida no prato podia ficar fria, porque a atenção era direcionada àquele conjunto que cantava a cultura portuguesa. Mesmo sem perceber uma palavra, entendiam o sentimento. Mesmo tendo sido a primeira visita no nosso país, entregavam-se ao compasso da guitarra e da viola e à interpretação do fadista. E era delicioso ver e ouvir.

Durante este período, ouvi muitos fados, muitas cantigas, muita destreza nos dedos que corriam a madeira cima e baixo, esquerda e direita antes de saber apreciar. Mas ao Fado, rendemo-nos sempre, independente do tempo que demore.

Depois da panóplia, posso afirmar que a minha preferência cai no Fado corrido, alegre, mais ritmado, propício à interação, em que é possível aos espetadores acompanhar a fadista e cantar com ela o refrão. E, perdoem-me todos os excelentes fadistas homens, mas o Fado cantado por uma mulher tem outro sabor.
A estucada de sedução veio nas palavras (sempre as palavras!) com a musicalidade das letras, dos poemas, dos versos, que brincam, que choram, que divagam, que são a essência de uma melodia.
O Fado é visto como triste e melacólico, saudoso e solitário, mas não para mim. Traz-me memórias bonitas e lembranças muito queridas. O Fado canta a Vida, composta por momentos de infelicidade, de desgosto, de dúvida, de arrependimento. Mas também tem paixões, alegrias, vitórias e união.
Assim, e em jeito de conclusão, fica o video do meu fado favorito numa das mais belas performances. Aqui é transparente a diferença entre contar uma história e cantá-la; e a universalidade do nosso Fado.


Fico radiante por termos ganho. 
Apesar de não sabermos para onde vamos, fomos reconhecidos por aquilo que fomos, pelo que somos e faz-me sentir especial.
M

segunda-feira, novembro 28

Grão a grão

enche a Galinha o papo. Todos conhecem o ditado que serviu de inspiração à Mia, com uma iniciativa que aplaudo.
Então e se cada um de nós, autores de blogs e seus seguidores, contribuíssemos com 1€ a favor de uma instituição/associação?
Sim, eu sei que a presença de 1€ no relatório de contribuições não é ouro sobre azul, mas já é alguma coisa e o caminho começa por algum lado. Além do mais, o objetivo é sermos muuuuitos a semear. Um euro transforma-se em 10, que aumenta para os milhares, quiçá?
Trata-se de um número pequeno para não provocar um desfalque no orçamento, mas grande  o suficiente se o fizermos juntos.
Poderiamos até escolher uma entidade todos os meses como destinatária.
As parcerias existentes entre as companhias de telecomunicações e as instituições são ótimas formas de dar sem doer. O catálogo de Pontos serve de exemplo. Em vez de adquirirmos um telemóvel novo (porque nos vão retirar 7 pontos se não os usarmos à data) folheiem até às últimas páginas e encontrarão associações que utilizam os pontos como moeda de troca. Podem escolher aqui.  

Este é o meu singelo grão de milho.
Porque a união sempre será a força.
Porque todos nós temos o poder de mudar e melhorar o que tocamos. Nem que seja com 1€.

M

domingo, novembro 27

Todas as Ruas do Amor

Hoje, que troco versos por outros, que saltito de melodia em refrão, partilho aqui uma das mais belas.
Porque a 1ª Arte tem este poder de compliar o Som com as Letras, originando uma reação que se sente em todo o corpo como uma corrente de energia luminosa.

Não sei porque é que não ganhámos. Aceito que há anos em que as prestações são melhores do que outras (do que a nossa), mas em 2009 mereciamos ter ganho.
A utilização de instrumentos tradicionais, a imagem genuína do grupo onde se lia simpatia e hospitalidade.
A escolha do vestuário e das peças chaves da nossa cultura.
Uma melodia que toca o coração, mesmo que não se entenda a Língua. A inegável harmonia e força da voz da Vânia Fernandes.
É a calda doce de um D. Rodrigo colorido, acabado de desembrulhar.




Se sou tinta, tu és tela
Se sou chuva, és aguarela 
Se sou sal, és branca areia
Se sou mar, és maré-cheia
   
Se sou céu, és nuvem nele
Se sou estrela, és de encantar
Se sou noite, és luz para ela
Se sou dia, és o luar
   
Sou a voz do coração
Numa carta aberta ao mundo
Sou o espelho d'emoção
Do teu olhar profundo
   
Sou um todo num instante
Corpo dado em jeito amante
Sou o tempo que não passa 
Quando a saudade me abraça
   
Beija o mar, o vento e a lua 
Sou um sol em neve nua
Em todas as ruas do amor 
Serás meu e eu serei tua 
    
Obrigada Pedro Marques.
M   

sábado, novembro 26

Se já estava farta dos anúncios da depuralina

estes agora da idealina...
Kill me now.
M

Ai o Amor...!

Na receção do Spa:

-'mor, escolhe tu uma massagem para fazeres.
-E tu? O que vais fazer?
-Não... Eu não quero fazer massagem.
-Ooohhh... Não queres porquê? Só vou fazer se tu fizeres.
-Não, coração. Eu quero que faças.
-Mas não vai ser a mesma coisa sem ti.

E engane-se quem pensa que este diálogo veio de um casal na casa dos 20. Apontem antes para os 40.
E tenho eu que aturar isto. Sim, sim, já sei: o Amor é lindo.
M

segunda-feira, novembro 21

4 Mulheres à Mesa e 4 Microfones

Gostava que o Conversas de Raparigas tivesse um blog, em que, ao espelho do programa, lançassem um tema semanal em que partilhassem, através da escrita, o que pensam. São Mulheres interessantíssimas, inteligentes, com sentido de humor e que mostram-me sempre novas perspetivas. Merecem ser ouvidas e lidas.

Aos 45:55 minutos:
Mónica Mendes - Ser feliz... Ninguém quer ser sempre feliz. É uma seca.
Rita Ferro - Não. A Felicidade nunca pode ser seca. A verdadeira. A gente pode brincar e dizer "a Felicidade engorda, a Felicidade chateia", a Felicidade acaba por ser outra rotina. Mas não. Se é Felicidade tu estás bem, não te cansas.
Muitas vezes não sabes é aguentar e conviver com essa... é muito mais fácil tu teres a desculpa de problemas, não é? Quer dizer... eu não estou feliz PORQUE: me acontece isto, porque não tenho dinheiro... Agora, retiram-te isto tudo...

M - É o vai-se andando...
R - ...julgas que passas a ser feliz? Não. A Felicidade é uma coisa muito pessoal e interior e não depende às vezes de outros fatores (...).
M

E esta hein?

Nunca pensei que o Público me definisse tão bem.
M

Dilema 5 Estrelas

Em 2010, no jantar de Natal da unidade hoteleira em que trabalhava, quis o Universo, Deus e o júri que eu e mais 2 colegas fossemos aplaudidas pela nossa amadora prestação de cantantes de karaoke com a Dina. Nós pegámos, trincámos e metemos na cesta um prémio. Podiamos escolher: 5 dias nos Açores, 4 dias na Madeira, estadas em hoteis 4 estrelas em Portugal Continental, mas a minha pergunta foi:

"Há alguma Hotel 5 estrelas?"

Acenaram afirmativamente e deram-me para as mãos o envelope com o meu tesouro. E nesse momento, eu soube que 2011 ia ser bom, melhor. Naquele momento cairam papeis cintilantes imaginários sob mim e senti que a sorte e a magia se tinham unido para me fazer feliz.

Passados 11 meses, o meu presente ainda está por reclamar.
Nunca fiquei num Hotel 5 Stars mas sempre quis sentir o luxo, o glamour e viver esta experiência, pela perspetiva profissional e pessoal. Por isso guardei a minha estada de 2 noites com pequeno-almoço incluído para uma escapadela especial.

O ano foi passando e os sapos que conheci não estiveram à altura (inevitavelmente, neste género de cenários imaginava poder passar noites românticas, quentes e suadas, numa cama king size e talvez com pequeno-almoço levado à cama).
Se por um lado a companhia tornou-se difícil de selecionar porque não havia bons candidatos, a minha conta também não me facilitava a decisão. Por que a viagem são 32€, porque tenho que comer e beber. Porque quando estou feliz fumo mais... E no Grupo respira-se instabilidade, atraso nos ordenados dos colegas de outros departamentos, esticar ao máximo para levar para o mês seguinte valores com 2 dígitos e não os habituais cêntimos.
Sinto-me orientada a poupar, quero ser financeiramente responsável mas ganhei um prémio e quero-o! Mas para usufruir vou ter que gastar. Baaaaah!
A verdade é que o  prazo de validade está quase a expirar. Já só tenho estes dias de Novembro e o mês de Dezembro... E a beleza e charme do Hotel (que ainda por cima foi todo renovado) tem-me deliciado sempre que visito o site.
Tenho hoje para decidir.
M

Custa-me muito dizer Não.

É só.
M

domingo, novembro 20

Ser Filha é

emprestar o carro à Mãe, que chega a casa desanimada porque teve um acidente de viação à minutos (foi uma amolgadela à frente e a culpa não foi dela) para que possa ir jantar fora com os amigos num restaurante a 35 kms de casa, num sábado à noite.

Enviei-lhe uma sms para saber se chegou bem.
Antes de dormir enviei-lhe outra para ter cuidado ao piso molhado.
Levantei-me às 8:00 e estava em casa.
No ar, apenas aroma do perfume que usa e nada de álcool.

Ora, quem é que tem 59 e quem é que tem 28?
M

sábado, novembro 19

Fiquei triste

"Ashton Kutcher confirma divórcio com Demi Moore" 

Simpatizava com este ex-casal.
Por terem sobrevivido e ultrapassado a especulação da diferença de idades.
Por terem abraçado com maturidade o Bruce e os filhos.
Por terem sido um exemplo de família moderna e (aparentemente) feliz.
M

So what?

As pessoas do meu núcleo, que não me vêem e não falam comigo todos os dias, perguntam-me através de sms, emails e telefonemas:

-"Entãããããããooooo!!! Como estás? Novidades? Conta, conta!
-"Não tenho. Estou bem e tu?"
-"Como não tens?"
-"Não tendo. Desde a última vez que falámos não se passou nada de novo na minha vida."

E eu não vejo mal nenhum nisso. Estou bem, sinto-me bem, tenho saúde e tenho levado os meus dias tranquila. Mas depois de desligar uma chamada e de receber a última mensagem deste género, fico a marinar nisto.
Mas eu então devia estar cheia de projetos e de coisas a acontecer, é? Eu gosto da minha vida e não des-gosto como ela está agora. Não tenho que correr para lado nenhum, não tenho stress, faço o que me apetece, sou dona do meu tempo, não preciso de fazer planos e To Do Lists. 

Adoro acompanhar as vossas novidades (a nova loja, a remodelação da casa, as pestanas que o mestrado está a fazer-vos perder) e acho delicioso, sem uma ponta de inveja e mal estar.
Se a falta de rodopios e mil tarefas remete à imagem de uma pobre coitada com um dia-a-dia infeliz, lamento, mas está longe da verdade.
Prefiro não ter nada para contar do que colecionar desgraças e esconder-me nos prolemas que não tenho (dou graças por estar numa fase descomplicada).
Estar no meio não tem que ser mau e, na minha perspetiva, não é. É como o limbo entre estar acordado e a dormir profundamente. Quando nos estamos a deixar convencer pelo nevoeiro do João Pestana e rendemo-nos às suas baladas. É bom na mesma.

Por que eu tenho planos grandes, altos e longos. Mas ainda não chegou o tempo de os  pôr em prática. 
Por que eu vou ter novidades. Mas a altura de as concretizar ainda não chegou.
Por que irei concretizar tudo a que me propuser. Mas sinto que o timing não é este.
Não tenho Agoras e Jás para a troca,mas estou certa e segura que terei. E esta sensação, neste momento, basta-me.

PS: Será que, não ter apanhado uma faringite em Novembro, terem-me renovado o contrato, ter trabalho, receber o meu ordenado sempre no primeiro dia do mês, nesta economia, servem de novidades?
M  

sexta-feira, novembro 18

Não sei como sobrevivi

sem internet toda a amanhã e parte da tarde.
Só tive ligação agora. São 16:03.
E que fiz eu sem internet? Em casa é fácil arranjar com que me ocupar, mas no trabalho?!? Ainda por cima não posso sair daqui.
Sem emails, sem pesquisas, sem entretenimento... Nunca mais tornes a fazer isto!
M

quinta-feira, novembro 17

Falta de Tempo

Aí está uma coisa de que não me posso queixar.
Eu não corro contra o tempo porque não preciso, à exceção de quando vou para o trabalho. Mas isso a responsabilidade é inteiramente minha. O despertador toca a horas. Se escolho ainda ficar na ronha, a ganhar coragem para abandonar o edredon, a culpa é minha, não do tempo.
Ao ler vos, acho que sou a única pessoa que tem tempo para fazer o que lhe apetece.
Não tenho tarefas inadiáveis, nem planos urgentes, nem projetos para terminar nem bombas para desativar antes do cronómetro chegar ao zero.
Posso fazer o que quero com a calma e a passada que desejar. Não dependo do tempo de ninguém nem dependem do meu. Basicamente dou os passos à medida do meu relógio.
E isto é bom, certo? É aquilo que se almeja. Mas penso: será que ter este tempo todo de mão beijada é sinónimo de vida desinteressante?
M

Apercebi-me

que não faço ideia do que é feito do universo das pessoas que escreveram felicitações e desejos prósperos nas minhas fitas.
É uma constatação no mínimo triste. Por que há 5 anos atrás, aqueles e aquelas que de nada sei hoje, faziam parte do meu presente, da minha vida e escolhia-as para que me acompanhassem no meu futuro. 
M

quarta-feira, novembro 16

You're Back!!!! Season 8


Se soubessem as saudades que tenho da vossa companhia...
A minha vida sem as estórias da vossa não é a mesma.
Obrigada por não me terem abandonado.

Nova temporada, dia 8 de Dezembro na Fox Life & I can't wait.

terça-feira, novembro 15

A ti, Pilar Chaves Peixoto

Olá Pilar.
Não me conheces (e duvido que vás conhecer) mas gostaria de te escrever, apesar de ainda estares na barriga da tua mamã giríssima e muito in.
O motivo pelo qual te dedico este post é simples: o nome escolhido pelos teus queridos pais VIPs-de-revistas-cor-de-rosa-televisão-e-futebol.
Eu sei que ainda és pequenina e não conheces o mundo em que passarás a habitar, mas Pilar não é bom nome para ninguém.
Pelo menos em Portugal e na Grande Língua Portuguesa.
Redijo para ti porque, parece-me, vais passar uma infância e uma adolescência complicada.
O teu nome poderá suscitar trocadilhos e brincadeiras menos decentes para uma Menina como ainda és.
Podes não acreditar, mas parte da tua felicidade, pelo menos durante os primeiros 20 anos, irá estar dependente de uma consoante. Sim, é verdade. No teu caso, nunca um R teve tanta importância.
Não sei se escolheram Pilar porque desejam homenagear alguém querido ou simplesmente porque, de toda a panóplia de nomes, este seria o mais indicado para o bebé de ambos.
Na minha singela opinião, não posso estar mais de desacordo com os teus pais.
Pilar é um nove invulgar e original e é-o por um motivo válido.
Em Espanha é mais popular, mas no país vizinho Pilar sem R significa pilha, bateria e não membro reprodutor masculino, de formato fálico, com uma conotação bem ordinarona (este adjetivo último também poderá remeter para um sentido parecido ao teu nome).
É como alguém batizar Pénisa à sua criança ou Vagino. Original? Sem dúvida! Bom? Não, não e não. 
Espero que a tua vida social não seja afetada por isso e que consigas elevar-te de tudo aquilo que irão escrever sobre o teu substantivo próprio e, consequentemente, sobre a tua pessoa.
Aceita os meus votos de Arco-íris, balões, saúde e alegria para ti.
Ver-te-ei numa revista perto de mim, com certeza.
M

Caro Futuro Namorado

Em vez de cafés bonitos, jantares charmosos e passeios à beira mar, gostava que o Primeiro Encontro fosse numa exposição de arte.
M

O email que um dia me fez derreter

"Barcelona – decimosexto dia d'aquele inesquecivel mes – 19:23 (hora local)

(tremo, aparentemente sem explicaçao…aparentemente!!…)

M (ou talvez deva chamar-te rapariga do seculo proximo?),

Outrora teria dito e auto-inculcado Eu, Eu….…Eu! Ou quiça Controlo, Controlo……..Controlo! Porem, tropecei com o futuro…ou talvez tenha sido ele a tropeçar em mim. E-me igual!!: cruzamo-nos!! Hoje n sei que digo mas amanha estou certo que direi Simpatia, Simpatia, Simpatia e seguramente Educaçao, Educaçao, Educaçao!

Exclamaras: que preambulo tao estranho…! Ao que eu serei gratamente obrigado a responder: qd realmente te apaixonas por alguem, indubitavelmente acabas por querer respirar o seu "eu" de forma tao natural e inconsciente que chegas a acreditar nos seus valores e faze-los teus tambem.

Hoje M, afirmo que tive O Sonho (Capitulo I). Nao se trata deste ou d'aquele sonho…nao!! Trata-se sim d'O Sonho…invejado por todos aqueles que nunca conseguiram ter. Arrisco a dizer que foi realidade de tao perto que ele esteve: senti o sabor….senti o cheiro…toquei e ate mesmo ouvi!!…Vir??…nao vi!…estava com os olhos fechados…hermeticamente fechados com medo que algum factor extra me roubasse o sonho…perdao: O Sonho! E sabes pq nao arrisco dizer que foi realidade..??….pelo simples facto que O Sonho e eterno…a realidade e efemera!
Assim, serei capaz de viajar com O Sonho para onde quer que va. O mais curioso e que O Sonho esta presente na coisa mais insignificante por possa vir a ser:

- Sapatos que levava n' O Sonho
- Os oculos que levava n' O Sonho
- As calças que levava n' O Sonho
- A pulseira que levava n ' O Sonho

(…)

- Ou ate mesmo aquela pequena cicatriz na sobrancelha (e nao sobrolho como muitos pirosos dizem por ai) que levava n ' O Sonho…

                         Inveje-me quem leia estas palavras e
aplauda aquele que as perceba!!

Jantares a beira-rio…noites ao luar…olhares comprometedores…caricias reconfortantes…abraços calorosos…beijos…sim beijos!!…beijos primeiro na face esquerda e seguidamente na direita aproveitando, sempre de olhos fechados, cada milesima de segundo do contacto facial e finalmenteeee…aqueles labios!!aquela forma unica de beijar…aquele cheiro:

                         Inveje-me quem leia estas palavras e
aplauda aquele que as perceba!!

Aquela ternura…aquele mimo…aquele sorriso…(aqueles olhos – presumo que fossem verdes pq sempre imaginei os olhos do futuro verdes…mas como eu estava de olhos fechados n posso ter a certeza)…aquelas maos…e aquela..aquela…aquela inesquecivel voz!!:

                         Inveje-me quem leia estas palavras e
aplauda aquele que as perceba!!

Quem me ouça dira: pobre do rapaz que vive no seu mundo…Eu digo: pobre d'aquele que decidiu nao descortinar o futuro!!

Qt mais avançava mais queria avançar!…cada passo era mais firme…cada alicerce era mais solido…cada ritmo era mais contagiante ate que o inesperadamente inevitavel acabou por suceder: O Sonho Amor (Capitulo II d' O Sonho). Pouco ou nada havia a dizer….tudo ou muito havia a fazer…mais ou menos havia que pensar: O L tinha encontrado n' O Sonho a sua alma gemea!! Decididamente!!

De subito: O Sonho Triste (Capitulo III d' O Sonho). "Algo" que ainda n consigo explicar…"algo" que ainda n consigo entender…mas esse "algo" teve a ousadia de roubar-me o sonho sem sequer pedir autorizaçao como se de inveja pela minha felicidade se tratasse!! Esse "algo" foi o que me fez indicar o caminho para luz do dia…esse "algo" foi o que me fez fechar a porta sem olhar para tras…esse "algo" foi o que me fez empurrar o futuro proximo para a frente…esse "algo" foi…foi…foi o que me fez ter medo de voltar a sonhar…foi "ele" quem me acendeu a luz do quarto!!…

                         Invejo quem leia estas palavras e
aplaudo a quem n as perceba!!

A ti rapariga do futuro…a ti acudo para que me ajudes a desligar o interruptor e me faças voltar a' O Sonho

Ass. Alguem que Adora Adorar."



M

Retrospetiva de um Amor Profundo

"Pareceu-me que pretendias agradar-me embora nao me conhecesses.
Convenci-me que me havias distinguido entre todas aquelas que estavam comigo.
O encantamento que sentias quando estavas a sós comigo.

O amor que é mais forte, uniu-nos para toda a vida.
E tu? Se tens algum interesse por mim, escreve-me muitas vezes.
Bem mereço o cuidado de me falares do teu coração."

Samuel Mira
M

Não gosto de TER que dormir cedo

porque acordo às 8h.
Faz-me sentir uma miúda de 10 anos que não pode ficar a ver o fim da telenovela.
M

Ter ouvido na Prova Oral

o Jorge Palma a arrastar as palavras com uma voz de 4-maços-de-tabaco-por-dia foi triste.
Não estava no estúdio da Antena 3, mas aposto que à frente dele estavam 6 garrafas de vodka.
M

Uma das melhores coisas da SIC Mulher

é ver a Oprah sem intervalos publicitários e institucionais.
M

Gosto mesmo de ti

M

segunda-feira, novembro 14

Eu não sou púdica mas...

Este fim de semana conheci um casal espanhol - ele 30, ela 31 - super gentxi boa. Criou-se logo empatia e falámos sobre tudo um pouco, com humor, boa energia, respeitando os papéis de colaboradora - hóspedes e aproveito sempre para treinar o meu portuñol.
Foram tão porreiros que pediram que tirasse uma foto com eles, para recuerdo (UMA pensava eu. Tinham posto temporizador e uma sequência de QUATRO flashs quase me cegou).
Bem, depois dos sorrisos e da pose vamos então ver na máquina como ficámos. Tão giros! Tão bonitos...! Simpaticamente ela decide pressionar as setas para partilhar comigo as recordações que criaram no fim de semana em que celebravam o primero aniversário de casamento. Mostrou-me imagens de paisagens bonitas, poses culturais, beijinhos românticos e... do pirilau do marido. 
WTF?!?!?!?!? Sim. No meio do rol, ali estava ele a olhar para nós (barba aparada, se é que me faço entender). Ela tinha tirado uma foto do maridão no duche do pescoço para baixo. E eu vi. E corei. Mas fui só eu porque eles riram descontraidamente, fazendo parecer que não era nada com eles. Nenhum deles ficou vermelho, não se esconderam de vergonha nem inventaram uma desculpa para se pirarem. Senti que a única constrangida fui eu!!
Mas como??? Vamos lá ver: o teu namorado mostra, sem querer, a tua piriquita ao empregado de mesa do hotel onde estão hospedados e ficam todos na boa? Na cavaqueira? :O
        
Continuaram a mostrar-me as outras fotos que colecionaram e eu fiquei com medo de ver.
Foram muito queridos e gostei de os conhecer. Convidaram-me para os ir visitar a Sevilha e trocámos email, mas sempre que me lembro dos dois a imagem que me vem à mente é a dele...
M

Vamos lá ver se nos entendemos


Ponto 1: ninguém nasce ensinado.
Ponto 2: ninguém tem que saber como as coisas funcionam. É normal não saber. Por isso é que as empresas empregam colaboradores para proporcionar, a vocês, clientes e hóspedes, todas as informações que necessitam.
Ponto 3: tudo tem regras, protocolos, políticas e normas a serem respeitadas. O Spa não é exceção.

Eu não sou paga para estaaaaaaaaaaaaar ao balcão e permanecer bonita. Não. Eu sei falar, informar, mostrar. Explico a cada pessoa que entra no meu mundo zen o que temos para oferecer, independentemente do texto ser grande ou não. 
O meu patrão não me paga para estar a olhar para o teto e para me entreter na internet durante as 8 horas. Não. Fá-lo para que esteja disponível para os clientes, mas ao que parece, eles não têm é disponibilidade para mim.

O meu atual local de trabalho é constituído por várias áreas e eu gosto de partilhar como as coisas funcionam e fazer com que uma visita se torne numa experiência, maximizando a estada.
Para mim, pode ser a 268ª vez que descrevo a dinâmica, mas para os hóspedes, é a primeira que ouvem e honro-a. Tenho consciência de que não há uma segunda oportunidade para causar boa impressão  e o melhor? Dá-me imensa satisfação fazê-lo.

Todavia, para que este contato funcione, é importante ter uma atitude de educação e humildade para comigo. Por exemplo: é de boa educação e de civismo, entrar num Departamento e cumprimentar a única pessoa que está ali para os receber. Não é preciso um abraço nem dois beijos, mas um "bom dia, boa tarde" seria agradável. Em vez de empinar esse nariz e avançar sem dar cavaco, não é melhor ter uma visita guiada pela profissional, que explicará o que poderão desfrutar? É verdade que o livre arbítrio existe e cada um escolhe a atitude que deseja ter, mas garanto que ter a minha companhia e simpatia é muito melhor do que ter a minha indiferença profissional.
M

domingo, novembro 13

Estou em Pause

e receio o dia em que vou ter que carregar no Play.
Por que agora tenho desculpa. Agora penso e não faço. Deixo os cães ladrarem e não me incomoda.
Mas o dia em que irei escolher se vou ou fico está a chegar e continuo a não saber se irei para a direita ou esquerda. Se arrisco ou me escondo nos edredons.
Vou ter que tomar A decisão.

Entretanto vou apanhando fios de todos os feitios, grossos e fracos, que servem de matéria prima à minha (desengonçada) rede de segurança. 
Preciso de a tecer caso me desequilibre de desilusão, insucesso e caia. Apesar de ser bastante frágil, poderá amparar-me mesmo que não impeça os hematomas e ossos partidos.
M

sexta-feira, novembro 11

Estamos mesmo em crise

Até choveu no Dia de São Martinho.

"Martinho era um valente soldado romano que estava a regressar da Itália para a sua terra, algures em França.
Montado no seu cavalo estava a passar num caminho para atravessar uma serra muito alta, chamada Alpes, e, lá no alto, fazia muito, muito frio, vento e mau tempo.
Martinho estava agasalhado normalmente para a época: tinha uma capa vermelha, que os soldados romanos normalmente usavam.
De repente, aparece-lhe um homem muito pobre, vestido de roupas já velhas e rotas, cheio de frio que lhe pediu esmola.
Infelizmente, Martinho não tinha nada para lhe dar. Então, pegou na espada, levantou-a e deu um golpe na sua capa. Cortou-a ao meio e deu metade ao pobre.
Nesse momento, de repente, as nuvens e o mau tempo desapareceram. Parecia que era Verão!
Foi como uma recompensa de Deus a Martinho por ele ter sido bom.
É por isso que todos os anos, nesta altura do ano, mesmo sendo Outono, durante cerca de três dias o tempo fica melhor e mais quente: é o Verão de São Martinho."
M

Eu sou aquela pessoa

que pede sempre recibo quando envia emails.
M

11.11.11

Pois que hoje é dia de palíndromo. Pessoalmente, gosto mais da palavra Capicua.
Dizem que dá sorte e a Visão informa que já há um bebé com os números "uns" todos alinhados com a Lua, estrelas e relógio terrestre.
Sempre é mais importante do que ser o bebé do ano ou o habitante 2356 milhões, certo? Tem mais pinta. Dá à história do nascimento um je ne sais quoi de mágico e raro. "Eu sou mais giro, mais especial e mais importante porque podes ler a data de quando vim ao Mundo, assim como o tempo, de maneira igual da esquerda para a direita e vice versa."
Já estou a imaginar o sucesso que o Max fará com o sexo oposto (ou com os do mesmo, que este é um blog moderno): "Olá, tudo bem? Sabes... eu nasci a 11.11.11 às 11:11. Posso-te mostrar mais sobre este fenómeno que sou?".
Será que ele agora é um ser abençoado pelo Universo e tem proteção celestial e sorte para sempre? É que isso dá sempre jeito... 
A SIC devia fazer uma reportagem sobre o Max daqui a 15/20 anos, para saber o que lhe aconteceu.

Enquanto lia a notícia do bebé capicua pensei "deve ser hoje o tal do Fenómeno que vejo nos outdoors". Afinal não. A TMN escolheu o primeiro dia deste mês. Foi um evento tão grande que me passou ao lado. Mas tecnicamente, este dia é que deveria ser o Tal, certo? Ou precisavam muito do zero em 01.11.11?

Eu não sinto que seja um dia sobrenaturalmente fantástico e não está a ser nada de extraodinário. Custou-me imenso acordar, atrasei-me como de costume, tive que conduzir à chuva (que detesto), vim de folga e tinha isto de pantanas, já andei a carregar com 40 toalhas sujas e já estou a ver que vou almoçar tardíssimo e lutar no refeitório por comida que não tenha sido escolhida e consumida por todos os outros departamentos que vão almoçar às 12:00. 

Pensando bem, acho que devia ter feito o Euromilhões hoje, só para descargo de consciência.
M

quinta-feira, novembro 10

Matthew faz isso não, menino


Ele ainda não sabe. Não temos falado muito. Mas ele é o homem da minha vida, juntamente com o sofá roxo.

Este post é dedicado ao no tapete da sala com, que serve de inspiração a moçoilas com olhos que ainda servem para se deliciarem (como os meus) e a todas as solteiras e casadas, viúvas e comprometidas .
"Lá por estares de dieta, não quer dizer que não possas ver o Menu." E que cardápio, minhas senhoras... e senhores (porque este é um blog atualizado, moderno e cada um tem o direito de ser feliz à sua maneira).
[suspiro]
M

quarta-feira, novembro 9

Eu preocupo-me

12:03
Um casal de espanholitos entra no Spa para saber como é que funciona.
Expliquei o que têm incluído e o que não têm; mas que, pela módica quantia de 2 algarismos, poderão ter e usufruir da área Zen especial.
Quiseram tudo e pagaram. Em cash.
Preparei-me para lhes facultar os acessos, as toalhas, as chaves dos cacifos quando me informaram:
-"Vamos só ao quarto colocar o fato de banho e biquini e já descemos."
Com certeza.
Fui almoçar, voltei, passaram 2 horas e nada.
Talvez o Amor e a Tesão tenham feito uma visita e depois de uma sessão de exercício ardente one-o-one descem para descontrair no jacuzzi, pensei eu.
Mais 2 horas depois e nem sinal deles. Então mas não vêm? Mas eles já pagaram! É como ir ao Restaurante, pedir o almoço, pagar e não aparecer passadas 4 horas. Não é normal...certo? Ainda por cima estamos a falar de uma conta perto dos 50 heróis...
Hum... Telefono para o quarto ou não? Será que vou incomodar? Se calhar perceberam mal a minha explicação...

16:15
Pego no telefono e, com o meu portuñol fantástico e a simpatia herdada da Sra Minha Mãe, pergunto se está tudo bem, que como não voltaram fiquei preocupada (e fiquei!).
Riram e tranquilizaram-me que preferiram ir logo almoçar, demoraram mais do que previsto mas que já me iam visitar.
E assim foi. 

Não, não sou louca. Eu realmente preocupo-me com os meus hóspedes (principalmente se forem simpáticos e educados).
Gosto de cuidar deles, de maximizar a sua estada e de os fazer sentir que são especiais e não apenas os clientes do quarto 578.
E por isso sei que, apesar de não estar no meu departamento, gosto mesmo do que faço.
M

segunda-feira, novembro 7

Pois que tenho andado dêprê.

Quer dizer, depressiva não é a palavra correta. Não odeio viver, não sinto que um calhau tenha mais importância do que eu e tenho muitos planos ainda a concretizar. Sim, depressiva está longe da verdade. Pode-se escrever que estou numa fase introspetiva. Olhando para trás, é perfeitamente normal, a minha vida sempre teve estes ciclos. Ora estou rodeada de pessoas, alegria mil, lugares para conhecer, saídas à noite para espalhar charme, animação e rodopio, conversas de café e mensagens non stop.
Ou a antítese total. E é assim que me tenho sentido.  

Não me apraz estar com pessoas e ter as típicas conversas circunstanciais nem sair. Não posso gastar dinheiro (por que não o tenho) e ando sempre a fazer contas do que me vou privar este mês de fazer. Ao mesmo tempo que penso no que vou vestir para socializar, o interesse abandona-me quando calculo as camadas de roupa que terei que pôr [e vê lá que lá fora está um gelo mas lá dentro vai estar um caloooooor], e está frio e vamos para onde se tudo está fechado e de férias? 
Tenho-me aconchegado com a rotina casa-trabalho-casa. Borgas e passeios noturnos com saltos altos para encontrar as mesmas pessoas de sempre, ouvir os hits do verão e chegar a casa tarde e a más horas? Dispenso.
Ás vezes sinto-me duas pessoas, completamente antagónicas: a MFesta em andamento e a MCaseira não-me-chateiem. Não é que seja anti-social, mas tenho-me sentido assim. Tanto que arranjo desculpas para não ir beber café. Tanto que, quando chego a casa, ponho-me debaixo dos 2 edredons e cobertor com o comando da TV, um balde de pipocas e adormeço às 23h. Tanto que não me tem apetecido partilhar nada.
Será do tempo? De estar a trabalhar num Departamento que não é o meu? Do meu núcleo ter-me abandonado e estar a viver noutras cidades e países? Ou de cada vez que passo muito tempo comigo, habituo-me tanto à minha companhia que me custa a dos outros?
Não sei se preciso destes momentos de evasão em Mim para contrabalançar o meu outro lado, mas não me sinto triste. Nem feliz. Simplesmente estou.
 M


PS: e mesmo na minha companhia, tive saudades da vossa. 

quinta-feira, novembro 3

E se

...num mundo paralelo, encontrasses o blog que escreves?
Irias gostar do bailado métrico da Palavra?
Terias interesse em ler mais?
M

quarta-feira, novembro 2

Só tenho 1 Palavra para ti: Zézé

Como é que é possível só ter encontrado isto hoje??
Vá, vá! Para levantar a disposição e alimentar o humor.
Dedico a todos os players e playboys wanna be:
M



 



terça-feira, novembro 1

Durante 28 anos fui criada num Buraco Negro

Hoje li meio mundo a escrever sobre Pão de Deus. "O bolo? Aquele com côco em cima? Mas vão à casa das pessoas pedir? Não há pastelarias? Tu queres ver que esta moda ainda não chegou ao reino dos Algarves?"

Como eu e o Google somos melhores amigos (não, Eu é que gosto mais de ti) ele chamou a Wikipédia para me elucidar:

Em Portugal, no dia de Todos-os-Santos as crianças saem à rua e juntam-se em pequenos bandos para pedir o pão-por-deus de porta em porta (...) recitam versos e recebem como oferenda: pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, amêndoas ou castanhas, que colocam dentro dos seus sacos de pano.

A 1 de Novembro de 1755 ocorreu o terramoto que destruiu Lisboa (...) e a população da cidade (...) ainda mais pobre ficou. Esta tradição teve origem (...) 1 ano depois. Como a data do terramoto coincidiu com uma data com significado religioso (...) a população aproveitou a solenidade do dia para desencadear (...) um peditório, com a intenção de minorar a situação paupérrima em que ficaram.
As pessoas, percorriam a cidade, batiam às portas e pediam que lhes fosse dada qualquer esmola, mesmo que fosse pão (...): "Pão por Deus".
Até meados do séc. XX, o "Pão-por-Deus" era uma comemoração que minorava as necessidades básicas das pessoas mais pobres (principalmente na região de Lisboa). Noutras zonas do país, foram surgindo variações na forma e no nome da comemoração (...).

Nas décadas de 60 e 70, a data passou a ser comemorada, mais de forma lúdica, do que pelas razões que criaram a tradição e havia regras básicas, que eram escrupulosamente cumpridas:
  • Só podiam pedir o "Pão-por-Deus", crianças até aos 10 anos de idade
  • As crianças só podiam andar na rua a pedir o "Pão-por-Deus" até ao meio-dia.
A partir dos anos 80 a tradição foi gradualmente desaparecendo e, actualmente, raras são as pessoas que se lembram (...).
Até a comunicação social, contribui para o empobrecimento da memória coletiva. Neste dia todas as estações de TV, Rádio e jornais, falam no Halloween, ignorando completamente o "Pão-por-Deus".

Aha! Nem é Pão de Deus. É Pão por Deus... ok, já percebi. Mas pelo que li, é perfeitamente normal eu não estar informada disto, dado que o Reino dos Algarves não foi convidado para a tradição (e se foi, não sei qual o nome que adquiriu).
E vocês dos 80 (como eu) nem se deviam lembrar e muito menos as crianças nascidas em 2000.
Será que não saber isto é tão mau como não saber qual é a capital de Espanha?
Blogosfera, livrai-me da ignorância e estupidez SEMPRE! Amén.
M

Por onde começar?

Pelo colega que acabou contrato, com o qual combinei um café juntamente com o pessoal em nota de despedida e ele deixou-me pendurada? Tipo: jantar de aniversário mas o birthday boy falta, estão a ver?

ou 

Pelo staff que foi convidado também não ter aparecido à amena cavaqueira regada com Minis (cenário que tinha magicado para a ocasião), à exceção de um único que foi?

ou

Pelo ciúme (sem sentido e imaturo) de uma colega - com quem trabalho diretamente - quando soube que o único (repito) que não se baldou, já estava comigo no café e fez um filme naquela cabeça constituida por diarreia de galinha misturada com vomitado?

ou

Pelo único que se dignou a ir ser um fala barato e ter-me contado histórias que eu preferia ter continuado a não saber?

ou

Por ter chegado 4 minutos atrasada para abrir as portas do raio do SPA, devido a ter ido lourear a pevide (apesar de não ter sido para a loucura), ter-me deitado às 03h15 e hoje para levantar às 8h30 foi uma carga de trabalhos? 

Escolha dificil? 

Não seria se não me tivesse armado em chica-esperta-simpática-porreira, se tivesse saído do meu trabalho, direta para casa e ocupasse a minha noite com a Fox Life e Internet.
Mas quem é que me manda sair na noite de Halloween...!
M