sábado, dezembro 24

No Dia 24 de Dezembro

quero dar Graças.
Bem sei que é véspera de Dia de Natal e não se trata do dia de Tranksgiving importado dos Americanos e Canadianos. Mas desde quando é que é preciso dias próprios para agradecer as benções que temos? Além do mais, esta data parece-me a mais perfeita.

Numa época de cabeças baixas, de olhos que fitam o chão, de dedos que escolhem as últimas moedas no porquinho mealheiro, numa palete cinzenta que servirá para pintar o futuro, que nos obriga a olhar para nós, dado que o poder económico é quase inexistente para aquilo que queremos, eu dou graças pelo que tenho.

Por isso, estas são as riquezas:
  • a minha saúde que (mesmo sendo abalada, por vezes, por uma faringite malina ou por uma constipação) tem estado presente o ano todo. Agradeço por não ser alérgica a nada e por não ter ninguém do meu Mundo numa cama de Hospital.
  • ter uma família acolhedora que me abraça como uma manta quente numa noite de neve. Que, apesar de distante durante o ano, cada um ocupado com a própria vida (inclusivé eu), está definido no nosso ADN que iremos estar juntos no Natal e nos dias de celebração individual, mas no coletivo.
  • a oportunidade de ver a minha prima de 11 anos e o meu afilhado (seu irmão) crescerem. Tenho imenso prazer em brincar com eles, aos seus jogos e segundo as sua regras, fazendo-me regressar à M com menos 20 anos.
  • o meu trabalho que, apesar de agora não preencher a minha sede profissional, foi a concretização de uma das minhas resoluções de 2010. Tem-me permitido realizar os meus compromissos financeiros e contribuiu para a minha aprendizagem hoteleira. 
  • a Nuvem Mágica que decidi adotar, já lá vão quase 2 anos (está quaseeeee!!!!!). Que se revelou uma filha, uma amiga, uma companheira, uma casa, quando não tenho para onde ir. Apesar de ser feita em metal, com portas, vidros, estofos e pára-choques, acredito que tem um coração de verdade. Que me tem defendido de acidentes, de ruas mal iluminadas e de conduções pouco atentas.
  • os meus amigos. A palma de uma mão é suficiente para contá-los, mas são grandes no que representam para mim. Por não se esquecerem quando estão longes, por insistirem sempre, mesmo quando estou na fase de não atender telefonemas, por quererem estar comigo e ouvir as minhas crises existências, por me acompanharem quando não estão presentes e por me fazerem sentir que faço parte das vidas deles.
  • por ter sempre conseguido ter o mínino de qualidade de vida que me permite alguns luxos que confortam a alma, com mais ou menos contas. Não estou a escrever sobre artigos da Louis Vitton (infelizmente) nem da Versace, mas um jantar fora, uma peça na Zara e uma viagem até Lisboa têm sido os meus tesouros dado o meu orçamento.
  • ter iniciado um percurso de descobrimento pessoal básico, autodidata, mas essencial. Cada vez mais sinto que estou mais perto de saber quem sou, do que quero. Agradeço por me ter conseguido adaptar a condições agressivas, ter tido o discernimento para abandonar um caminho e começar outro. Por ter a sabedoria de ver o que me faz bem e cortar com relações tóxicas que me envenenavam e prendiam com cordas invisíveis. Sinto-me abençoada por todas as experiências que tenho tido. Algumas fizeram feridas que deixaram cicatrizes na pele, outras fizeram-me sentir que o céu é o limite e com outras acreditei que tinha descoberto o sabor do Paraíso.
  • a revelação de um espaço, como este blog e a blogosfera, onde posso ser uma M dos pés à cabeça, encontrar desconhecidos que me inspiram, que me fazem pensar com as suas palavras, que partilham o seu dia-a-dia e por eu ter tocado, (em pelo menos) 13, que gostam de saber o que se passa no Meu Mundo.
  • poder comer o que quero sem restrições e por nunca ter faltado comida em casa, nem calor, nem conforto. Por a minha casa ser um lar de que me orgulho e me faz sentir a Princesa do castelo.
  • Por, apesar das diferenças abismais no que toca às nossas personalidades, ter uma Mãe que me Ama mais do que a própria vida e de poder contar com ela independentemente do que aconteça.
  • Quero agradecer à Esperança que, contra todas as circunstâncias, ainda ancora dentro de mim. Obrigada por poder escolher, por fazer o que quero e quando quero.
O Natal não precisa de muitas prendas para ser bom.
Precisa apenas de nós, com os nossos, em conversas e sorrisos na companhia de uma mesa que nos sussurra: "esta noite não há restrições, não precisas de escolher. Prova TUDO."
Feliz Natal.
M

1 comentário:

Marta Pinto de Miranda disse...

Gosto imenso da forma como escreve! Uma lufada de ar fresco em muitos blogues que visito ;) Boas graças! A adicionar aos momentos de festa que se seguem,porque não aproveitar para a incentivar a participar no passatempo "uma noite com pequeno almoço para duas pessoas" no charmoso e luxuoso hotel Altis Avenida! Está a decorrer no meu blog para dar as boas entradas em 2012, participe :)

um beijinho!
marta

marcasporamor.com